SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moeda comum, ChatGPT, recuperação judicial da Americanas e outros destaques do mercado nesta terça-feira (23).
**AFINAL, QUAL A IDEIA POR TRÁS DA TAL MOEDA COMUM?**
Ela foi citada por Sergio Massa, ministro da Economia da Argentina, em entrevista ao Financial Times, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na atual visita ao país vizinho e foi tema de artigo do ministro da Economia, Fernando Haddad, na Folha de S.Paulo.
Afinal, o que é a tal da moeda comum e para o que ela serviria?
- Para começar, o governo se apressou nesta segunda para afirmar que o projeto, ainda em fase bem embrionária, não significa o fim do real e a criação de uma moeda única, como é o euro -que levou décadas para se tornar o que é hoje.
- Até para evitar engano, o nome deve ser mudado para "unidade de conta". O objetivo é facilitar o comércio entre os países, hoje prejudicado pela dependência do dólar, moeda que a Argentina tem de menos.
-A avaliação é que o espaço do Brasil no comércio internacional da Argentina foi ocupado pela China com financiamento em moeda chinesa para os argentinos importarem produtos do gigante asiático.
Outra alternativa para reverter a perda de espaço dos exportadores brasileiros é um acordo acertado entre os dois países. O financiamento às embarcações deve funcionar da seguinte forma:
- O exportador recebe o valor da mercadoria de um banco brasileiro, que contará com a garantia de um fundo do Tesouro, portanto, uma operação de baixo risco.
- Para evitar que o Tesouro sofra um calote do importador argentino, a Argentina deve depositar o mesmo valor da mercadoria em títulos com liquidez internacional, que seriam executados em caso de não pagamento.
- Ou seja, só há empréstimo e garantia pelo lado brasileiro se a Argentina oferecer em troca garantias reais, que são ativos líquidos conversíveis em dólar ou reais.
- O acordo derrubou as ações do Banco do Brasil. Haddad, porém, negou que haverá risco para o BB ou qualquer outra instituição financeira.
Análise: Moeda única na América do Sul? Pode esperar sentado. Bloco já falhou em alcançar objetivos de integração mais simples que a união monetária, escreve Rodrigo Campos.
**POR QUE RJ DA AMERICANAS DEVE SER MAIS DIFÍCIL**
A recuperação judicial (RJ) da Americanas, autorizada na última quinta-feira (19), tem potencial para ser uma das mais complexas da história recente do Brasil.
O que explica: especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo destacam a relação difícil com credores e fornecedores, a falta de ativos líquidos para reduzir a dívida e a possibilidade da crise ter sido ocasionada por uma fraude como entraves para a reestruturação da varejista.
- Com uma dívida total de R$ 43 bilhões -valor que ainda pode ser alterado-, a Americanas ocupa o quarto lugar entre as maiores recuperações judiciais do Brasil, atrás de Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões).
- Entre elas, a Americanas é a única varejista, setor que depende de capital para tocar os negócios. O problema é que ela está em pé de guerra com os bancos credores, que rejeitaram até financiar seus recebíveis de cartão de crédito,uma operação comum no setor.
- A companhia também não possui um ativo do tamanho da rede móvel da Oi -que foi vendida para rivais por R$ 16,5 bi- para aliviar o endividamento.
- No caso da varejista, destaca-se o Hortifruti Natural da Terra, comprado no ano passado por R$ 2,1 bilhões. A empresa também tinha na Vem Conveniência uma joint venture com a Vibra, que decidiu encerrar a parceria nesta segunda.
- Outro empecilho deve ser a relação com fornecedores, que podem exigir dinheiro à vista para entregar as mercadorias. Sem caixa nem financiamento para isso, a Americanas pode ver sua oferta de produtos reduzir, e suas vendas, também.
Segundo fornecedores ouvidos pela Folha de S.Paulo, a relação deles com a varejista sempre foi difícil. Mesmo antes da atual crise, a companhia já tinha o costume de pedir um prazo longo para pagamento. E, ainda assim, os atrasos eram rotina.
Agora, o problema deve se agravar, já que fornecedores são mais de 90% dos 16 mil credores da varejista, estimam especialistas.
Outro lado: em nota, a varejista ressalta que tem uma posição de caixa "bem sólida", e assegura que continuará a pagar seus compromissos e obrigações "nos prazos combinados."
**MICROSOFT AUMENTA INVESTIMENTO NA OPENAI**
Confirmando os rumores das últimas semanas, a Microsoft anunciou nesta segunda que continuará sua parceria com a OpenAI com "um investimento multibilionário de vários anos".
- A startup é a responsável por softwares de IA (inteligência artificial) como ChatGPT, DALL-E, entre outros. A big tech não revelou quanto investiu, mas veículos citam a quantia de US$ 10 bilhões, avaliando a startup em US$ 29 bilhões. Ela planeja integrar o ChatGPT ao mecanismo de busca Bing e também ao Pacote Office.
- Na semana passada, a Microsoft anunciou a demissão de 10 mil funcionários em meio a atual onda de cortes em tecnologia. Versão premium: após ver o ChatGPT atingir 1 milhão de usuários em poucos dias, a OpenAI agora procura maneiras de lucrar com o recurso que cria artigos, poemas e escreve códigos de programação a partir de simples comandos (você pode brincar com ele aqui).
Uma delas é o lançamento de uma versão "pro" do software, com preço mensal da assinatura de US$ 42 (R$ 218), segundo informações no canal do Discord da OpenAI. Por ser mais estável e oferecer respostas mais rápidas, o recurso seria útil principalmente para usuários que já usam o chatbot para automatizar tarefas repetitivas. Graduado: um professor de MBA em Wharton, uma das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo, decidiu colocar o robô para fazer uma prova de sua disciplina de administração de operações.
O resultado: uma nota de "B" a "B-", avaliação superior a de alguns alunos. O professor Christian Terwiesch publicou os detalhes no artigo "O Chat GPT conseguiria uma MBA em Wharton?".
**NÃO É BARATO (NEM FÁCIL) SER SAUDÁVEL**
Manter uma alimentação saudável na América Latina e no Caribe é mais caro do que em qualquer outra parte do mundo, segundo um relatório da FAO, órgão da ONU para Alimentação e Agricultura.
Em números: na região, o valor médio diário necessário para se manter refeições equilibradas é de US$ 3,98 por pessoa (R$ 20,7).
A média global é de US$ 3,54 (R$ 18,4), enquanto no Brasil o custo é de US$ 3,08 (R$ 16 diários). O patamar é abaixo da média global, mas segue inatingível para mais de 40 milhões de brasileiros.
Por aqui, nem o pão com ovo escapou da inflação no ano passado, mostra o IPCA.
Os preços do pão francês acumularam alta de 18,03%, na esteira da valorização das commodities com a guerra na Ucrânia, país que era um importante exportador de trigo.
O ovo de galinha subiu 18,45% em 2022. A alta do custo da ração e a demanda aquecida da população são apontados como razões para a valorização.
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