SÃO PAULO, SP 9FOLHAPRESS) - Demissões em Wall Street, gasolina mais cara outros destaques do mercado nesta quarta-feira (25).

**DEMISSÕES CHEGAM A WALL STREET**

A julgar pelas primeiras semanas de 2023, as demissões devem marcar o primeiro semestre nos EUA. Após big techs como Amazon, Microsoft, Alphabet - e mais recentemente, Spotify- anunciarem cortes, o próximo setor a ser atingido deve ser o dos grandes bancos de Wall Street.

- A onda de desligamentos do setor financeiro americano deve ser a maior desde a crise financeira imobiliária de 2008-2009. O que explica: é uma combinação de reversão das contratações feitas nos últimos anos, principalmente na recuperação da pandemia, com as altas taxas de juros que desincentivam operações em Bolsa e acabam tirando importantes receitas dessas instituições.

- Antes dos cortes, os bancos reduziram os volumosos bônus de seus funcionários. As gratificações haviam disparado em 2021, época em que os índices americanos atingiram as máximas e os IPOs inundaram as Bolsas lá fora.

- Em 2022, as ofertas inicias de ações recuaram 66%, reduzindo o volume de negócios em US$ 517 bilhões (R$ 2,7 trilhões).

Os cortes previstos em Wall Street:

- O Credit Suisse, que vive uma crise particular depois de questionamentos no mercado acerca de sua saúde financeira, disse em outubro que eliminaria 9.000 empregos.

- Somados, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of New York Mellon devem demitir cerca de 6.500 funcionários. Citigroup e Bank of America ainda não anunciaram cortes.

- O UBS, que segurou as contratações nos últimos anos, deve ser o único grande banco a não apenas evitar uma leva de demissões, mas também promover contratações.

**AMERICANAS DESBLOQUEIA R$ 1,2 BI**

A Americanas conseguiu uma importante vitória na Justiça nesta terça, ao desbloquear R$ 1,2 bilhão na sua conta que estava em poder do BTG Pactual.

- No último dia 18, o banco havia conseguido um mandado de segurança para congelar o valor e se proteger de um possível calote da varejista. Nesta quarta, o mesmo desembargador informou que reverteu a decisão anterior por causa do "fato novo" da recuperação judicial (RJ) da varejista.

- Ele afirmou, porém, que até o julgamento do mérito da decisão, os recursos devem ter "destinação exclusiva ao fluxo de caixa da atividade empresarial, sob pena de responsabilidade criminal."

Por que importa: ao conseguir R$ 1,2 bilhão, a varejista dá um respiro ao seu caixa, que era de R$ 250 milhões na última quinta (19), quando entrou em recuperação judicial.

- Sem acesso a financiamentos bancários e com os fornecedores exigindo pagamento à vista para liberar as mercadorias, ter dinheiro no caixa se torna ainda mais importante para o momento atual da companhia.

Relações rompidas: os dois maiores bancos privados reagiram nesta terça à carta do trio de bilionários da Americanas.

No documento, Lemann, Telles e Sicupira afirmaram que "nem essas instituições financeiras [credoras] nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade".

- O Itaú classificou como "leviana" a tentativa de atribuir aos bancos responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares.

- O Bradesco afirma que a governança contábil das empresas é atribuição exclusiva da sua administração, inclusive do Conselho de Administração.

CVM consulta rivais: a Comissão de Valores Mobiliários questionou empresas do setor de varejo sobre a contabilidade de dívidas para pagar fornecedores, conhecida como "risco sacado", que está na origem do rombo na Americanas.

- Magazine Luiza e Via, duas gigantes do varejo brasileiro, já haviam afirmado a seus acionistas que essas operações estavam contabilizadas no balanço.

**GASOLINA MAIS CARA**

Começa a valer hoje (25) a alta de 7,4% no preço médio de venda da gasolina nas refinarias da Petrobras. É o primeiro reajuste anunciado pela estatal após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

- A diretoria e o conselho da companhia, porém, ainda não contam com os indicados pelo novo governo. Em números: o preço médio passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro. Considerando a mistura de etanol anidro no produto vendido nos postos, o preço aumentará em R$ 0,17, afirma a Petrobras.

O que explica: o reajuste já era esperado pelo mercado diante da defasagem em relação aos preços praticados no mercado internacional.

- Nesta terça, o preço médio da gasolina no país estava 14%, ou R$ 0,49 por litro, abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para trazer o produto do exterior. Os cálculos são da Abicom (associação de importadores).

Novo presidente: após ter seu nome validado pelo comitê interno da Petrobras, a escolha do senador Jean Paul Prates (PT-RN), feita por Lula, será apreciada pelo conselho de administração nesta quinta (26).

- A avaliação do governo é que, embora o colegiado seja formado majoritariamente por bolsonaristas, não haverá resistência à nomeação.

Prates já afirmou que não haverá intervenção nos preços da estatal, mas ele também defende mudanças na política de preços da empresa, eliminando o conceito de paridade de importação.

**EUA X GOOGLE - PARTE 2**

O Departamento de Justiça dos EUA entrou com nova ação contra o Google, desta vez alegando que a empresa abusa de seu domínio do mercado de publicidade digital.

Entenda: o processo do órgão americano tem como alvo a plataforma do Google que negocia anúncios em outros sites e aplicativos, que geram uma comissão para a companhia.

- Um porta-voz da Alphabet disse ao Wall Street Journal que o processo "tenta escolher vencedores e perdedores no altamente competitivo setor de tecnologia de publicidade".

É a segunda queixa antitruste federal aberta contra a empresa da Alphabet.

- A primeira foi feita em 2020 e acusou o Google de dominar de forma anticompetitiva o mercado de buscas, citando um acordo negociado com a Apple para se tornar a pesquisa padrão do navegador Safari.

O julgamento está previsto para setembro.

EUA x big techs:

a gestão do presidente americano Joe Biden tem levado à Justiça as grandes companhias de tecnologia do país.

Além do Google, fazem parte dessa lista a Meta, a Apple e, mais recentemente, a Microsoft, com seu acordo para comprar a produtora de games Activision.

Mais sobre Google e big techs:

- Veja como a popularização do ChatGPT acendeu um alerta vermelho no Google, com o temor de executivos de que o chatbot pode revolucionar a indústria e deixar o mais famoso buscador para trás.

- No primeiro balanço das gigantes de tecnologia, o resultado da Microsoft veio em linha com as expectativas do mercado, que previa queda nas receitas de jogos e computadores pessoais.


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