RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em mais uma ação relacionada à crise da Americanas, um grupo de acionistas minoritários pede ao Ministério Público de São Paulo que bloqueie bens e afaste de suas funções diretores e conselheiros da empresa, que pediu recuperação judicial para equacionar uma dívida de R$ 43 bilhões.

Eles pedem ainda a quebra de sigilos telefônicos dos administradores e a investigação também sobre os acionistas de referência e sobre a empresa de auditoria PwC, responsável pela análise dos resultados financeiros da companhia.

"Impossível negar a existência de indícios robustos quanto à hipótese de sonegação dolosa de informações cruciais acerca da condição financeira da empresa, com o fim de manipular o mercado para a obtenção de lucros indevidos", diz o pedido assinado pelo escritório Daniel Gerber Advocacia.

A crise foi iniciada com o anúncio da descoberta de "inconsistências contábeis" no balanço da empresa, que não estaria contabilizando de forma adequada empréstimos tomados com bancos para antecipar o pagamento de fornecedores.

O anúncio, no dia 11 de janeiro, deu início a uma batalha judicial com os bancos credores e culminou com o pedido de recuperação judicial oito dias depois.

A suspeita de omissão de informações relevantes sobre a real situação financeira da empresa já é investigada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em processo que envolve também os acionistas de referência, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Em outra ação movida pelo Bradesco, a Justiça de São Paulo autorizou vistorias em computadores da Americanas em busca de provas de fraudes, apesar de apelo da empresa pela preservação da privacidade de seus executivos.

"É incontestável a magnitude dos valores envolvidos, havendo fortes indícios de fraude, cenário no qual as garantias constitucionais da intimidade e da privacidade devem ser relativizadas", diz o pedido feito pelos minoritários ao Ministério Público.

A crise da Americanas deu início a uma série de processos judiciais movidos por acionistas minoritários que perderam seus investimentos com o derretimento do valor de mercado da varejista. Além da administração da companhia, são alvos a PwC e a própria CVM.

Algumas dessas ações buscam acionistas para ingressar em processos coletivos, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.


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