SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O MPF (Ministério Público Federal) questionou os valores de indenização que a Fundação Renova diz ter pago às famílias atingidas na tragédia de Mariana (MG).

A Renova, que foi criada para reparar os danos provocados pelo rompimento da barragem, em 2015, e é mantida pelas empresas Samarco, BHP Billiton e Vale, divulgou um balanço de 2022 neste mês. No documento, dizia ter repassado R$ 4,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros emergenciais.

Após a divulgação do dado, porém, o MPF disse que, de acordo com os registros dos pagamentos, foram repassados apenas R$ 3,07 bilhões.

Segundo o MPF, as contas mostram R$ 988 milhões pagos em honorários de advogados que foram "indevidamente descontados das indenizações" e outros R$ 411 milhões de auxílio financeiro emergencial de anos anteriores, retidas pela empresa e liberadas após decisão judicial.

"O ofício enviado pela Fundação mostra que as verbas de indenização e auxílio de 2022 totalizam R$ 3,07 bilhões. Ainda que sejam somadas as quantias que foram pagas no ano passado, mas que dizem respeito a anos anteriores, o montante é de R$ 4,4 bilhões", disse o MPF em nota.

Procurada, a Renova afirma que os R$ 4,7 bilhões abrangem pagamentos realizados em 2022, incluindo valores retroativos e honorários de advogados das pessoas que foram indenizadas.

"Os dados enviados ao Ministério Público Federal não contemplaram R$ 300 milhões pagos em honorários de advogado. Tais valores não são descontados das pessoas indenizadas", disse a organização.


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