SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa fechou em alta no início da tarde desta quarta-feira (15), com os investidores reagindo às declarações dadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do banco BTG Pactual. O dólar também subiu, reagindo ao cenário econômico nos Estados Unidos, e seguindo a tendência global.
Durante o dia, o Ibovespa chegou a superar os 110 mil pontos na máxima do dia, e fechou em alta de 1,62%, a 109.600 pontos. O dólar comercial à vista fechou em alta de 0,34%, a R$ 5,219.
Os contratos de juros futuros apresentaram queda. No vencimento para janeiro de 2024, a taxa recuou de 13,44% no fechamento desta terça-feira (14) para 13,28% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros caíram de 12,86% para 12,61%. Para 2027, a taxa cedeu de 13,13% para 12,88%.
Em evento do banco BTG Pactual nesta quinta-feira, Haddad também fez acenos ao Banco Central, reforçou a necessidade de harmonia entre as políticas fiscal e monetária, defendendo a redução dos juros.
"Regra fiscal, regra monetária, quanto mais você for exigente, sou a favor de metas exigentes senão você não trabalha, se você botar meta de inflação, meta fiscal não demandante, o Estado para de trabalhar, tem de ser demandante, tem de ser rigoroso, tem de ser exigente, mas um ser humano tem de conseguir fazer aquilo," disse Haddad.
O ministro afirmou também que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve antecipar para março o anúncio da nova regra fiscal, que substituirá o teto de gastos.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que é necessário haver disciplina fiscal, mas entender que é preciso ter um "olho mais especial no social", em um novo aceno ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bernardo Assumpção, CEO da Arton Advisors, assistiu a participação de Haddad no evento do BTG, e afirma que saiu mais otimista do que entrou.
"O ministro tem um perfil não tão técnico, mas mostra uma habilidade política conciliadora. Ele pode ser o grande poder moderador entre sociedade, mercado, Banco Central, e pode contribuir para criar metas de inflação mais factíveis", afirma Assumpção.
Em seu relatório diário sobre o mercado, a Mirae Asset ressalta que o clima de embate criado entre governo e BC não é bom para Haddad. "Para ele, é importante a harmonia entre Fazenda e BC. Grande parte da sociedade organizada se coloca contra a situação criada", dizem os analistas.
Rodrigo Moliterno, chefe de Renda Variável da Veedha Investimentos, afirma que Haddad mostrou um discurso mais alinhado com o BC. "Isso deu maior tranquilidade ao mercado, e isso apareceu principalmente nos juros, que sempre absorvem mais os efeitos de declarações sobre política monetária."
"A definição de uma âncora fiscal crível pode trazer menor pressão sobre o Banco Central, e desviar o foco de uma discussão rasa e politizada sobre a condução da política monetária", diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
No câmbio, a valorização do dólar ante o real segue a tendência vista ante outras importantes moedas globais. O índice DXY, que mede o desempenho médio mundial da moeda americana, subia 0,58% perto das 18h45 (horário de Brasília).
As bolsas em Nova York começaram o dia em queda, mas reverteram a tendência durante a tarde. O mercado começou o dia reagindo ao indicador de vendas no varejo nos Estados Unidos, que subiu 3% em janeiro ante dezembro. Esse número indica uma economia americana ainda aquecida, o que pode manter os juros altos por mais tempo.
Mas durante o dia, o mercado começou a ver o "copo meio cheio". Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o dado de varejo passou a ser interpretado como um sinal de força da economia americana, enquanto a inflação desacelera, mesmo que de forma mais lenta que os esperado.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,11%. O S&P 500 subiu 0,28%. E o Nasdaq fechou o dia com avanço de 0,92%.
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