SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar reverteu perdas inicias e passou a subir frente ao real nesta quinta-feira (16), acompanhando a manutenção de cautela sobre altas de juros no exterior e com investidores à espera da conclusão de reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), conforme seguem monitorando o clima entre o governo e o Banco Central.
Às 10h36 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,49%, a R$ 5,2439 na venda.
Na B3, às 10h36 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,5%, a R$ 5,2535.
Nesta quarta-feira (15), a Bolsa fechou em alta, com os investidores reagindo às declarações dadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do banco BTG Pactual. O dólar também subiu, reagindo ao cenário econômico nos Estados Unidos, e seguindo a tendência global.
Durante o dia, o Ibovespa chegou a superar os 110 mil pontos na máxima do dia, e fechou em alta de 1,62%, a 109.600 pontos. O dólar comercial à vista fechou em alta de 0,34%, a R$ 5,219.
Os contratos de juros futuros apresentaram queda. No vencimento para janeiro de 2024, a taxa recuou de 13,44% no fechamento desta terça-feira (14) para 13,28% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros caíram de 12,86% para 12,61%. Para 2027, a taxa cedeu de 13,13% para 12,88%.
Em evento do banco BTG Pactual nesta quinta-feira, Haddad também fez acenos ao Banco Central, reforçou a necessidade de harmonia entre as políticas fiscal e monetária, defendendo a redução dos juros.
"Regra fiscal, regra monetária, quanto mais você for exigente, sou a favor de metas exigentes senão você não trabalha, se você botar meta de inflação, meta fiscal não demandante, o Estado para de trabalhar, tem de ser demandante, tem de ser rigoroso, tem de ser exigente, mas um ser humano tem de conseguir fazer aquilo," disse Haddad.
O ministro afirmou também que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve antecipar para março o anúncio da nova regra fiscal, que substituirá o teto de gastos.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que é necessário haver disciplina fiscal, mas entender que é preciso ter um "olho mais especial no social", em um novo aceno ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No câmbio, a valorização do dólar ante o real segue a tendência vista ante outras importantes moedas globais. O índice DXY, que mede o desempenho médio mundial da moeda americana, subia 0,58% perto das 18h45 (horário de Brasília).
As bolsas em Nova York começaram o dia em queda, mas reverteram a tendência durante a tarde. O mercado começou o dia reagindo ao indicador de vendas no varejo nos Estados Unidos, que subiu 3% em janeiro ante dezembro. Esse número indica uma economia americana ainda aquecida, o que pode manter os juros altos por mais tempo.
Mas durante o dia, o mercado começou a ver o "copo meio cheio". Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o dado de varejo passou a ser interpretado como um sinal de força da economia americana, enquanto a inflação desacelera, mesmo que de forma mais lenta que os esperado.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,11%. O S&P 500 subiu 0,28%. E o Nasdaq fechou o dia com avanço de 0,92%.
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