SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa e o dólar apresentam queda no início da tarde desta sexta-feira (17), último pregão antes do feriado de carnaval. Com a agenda local esvaziada, as atenções se voltam para o cenário de juros nos Estados Unidos, com sinais de que a taxa pode subir mais que o esperado.

Perto das 13h20 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em baixa de 0,48%, a 109.403 pontos. O dólar comercial à vista recuava 0,42%, a R$ 5,187.

No mercado de juros, os contratos de vencimento mais curto subiam. Para janeiro de 2024, a taxa passada de 13,24% do fechamento desta quinta-feira (16) para 13,33% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros subiam de 12,58% para 12,63%. E para 2027, a taxa operava estável em 12,97%.

No Brasil, além da falta de indicadores econômicos que possam mexer com o humor dos investidores, as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista à CNN já foram absorvidas, segundo analistas.

Então, as atenções se voltam para os Estados Unidos. O Ibovespa segue de perto o desempenho dos principais índices de ações em Nova York.

O Dow Jones caía 0,30% às 13h20 (horário de Brasília). O S&P 500 operava em baixa de 0,75%. E o Nasdaq tinha queda de 1,30%.

Os dirigentes do Fed (Federal Reserve, banco central americano) deram nesta sexta-feira sinais diversos sobre a possível decisão na próxima reunião de juros, em março.

James Bullard disse que membros do comitê que decide os juros nos Estados Unidos precisam estar mais abertos para aumentos maiores na taxa. Posição parecida com a tomada nesta quinta-feira (16) por outra dirigente do Fed, Loretta Mester.

Por outro lado, Thomas Barkin, que também faz parte do comitê, se mostrou nesta sexta favorável à continuidade do ritmo de alta de 0,25 ponto percentual, adotado nas últimas reuniões.

Para Matt Maley, estrategista-chefe da Miler Tabak + Co., se os investidores acreditarem na tese de que os juros ficarão elevados por mais tempo, teremos uma queda significativa nos preços das ações nas próximas semanas, segundo relata a agência Bloomberg.

Entre as empresas, os investidores reagem principalmente ao balanço da Vale referente ao quarto trimestre de 2022, divulgado na noite desta quinta-feira.

A ação apresentava recuo de x,xx% às ... Luan Alves, analista chefe da VG Research, avalia que os resultados vieram dentro do esperado, e a falta de novidades positivas impede uma sequência de altas do papel.

"Reforçamos um cenário ainda benigno para o resto do ano da Vale, com resultados satisfatórios principalmente no primeiro trimestre de 2023, que já está no preço da ação. Considerando a atual conjuntura, não devemos ver grandes movimentos de valorização nesse momento", diz Alves.

As declarações do presidente Lula sobre o Banco Central continuam no radar. Em seu relatório de abertura, a Guide Investimentos chama atenção para a vontade de Lula de avaliar autonomia do BC ao fim do mandato de Campos Neto, caso a economia não melhore. "Contudo, o tom das críticas diminuiu", dizem os analistas.


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