SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa fechou em baixa nesta sexta-feira (17), mas o desempenho na semana antes do feriado de Carnaval ainda foi positivo. O dólar também caiu no dia, o que permitiu um desempenho semanal positivo para o real ante a moeda americana.

O Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,70%, a 109.176 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1%. O dólar comercial à vista fechou o dia em baixa de 0,86%, a R$ 5,164. Na semana, a moeda americana se desvalorizou 1% ante o real.

No mercado de juros, os contratos fecharam em baixa. Para janeiro de 2024, a taxa passou dos 13,24% do fechamento desta quinta-feira (16) para 13,22% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros recuaram de 12,58% para 12,55%. Para 2027, a taxa recuou de 12,97% para 12,87%.

Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, afirma que não há qualquer fundamento econômico por trás da queda do dólar ante o real.

"Além da melhora vista em Nova York, o que parece acontecer neste final de pregão é um ajuste técnico. É algo que acontece antes de feriados mais longos, já que a B3 não vai funcionar na segunda e na terça", explica Quartaroli.

O mercado também não funciona nos Estados Unidos na próxima segunda-feira (20), quando é comemorado o Dia do Presidente.

No Brasil, além da falta de indicadores econômicos que possam mexer com o humor dos investidores, as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista à CNN já foram absorvidas, segundo analistas.

Na parte fiscal, o governo propôs aos servidores públicos federais um reajuste linear de 7,8%, acompanhado de um aumento de R$ 200 no auxílio-alimentação.

Então, as atenções se voltam para os Estados Unidos. O Ibovespa segue mais de perto o desempenho do S&P 500.

O Dow Jones fechou em alta de 0,39%. O S&P 500 encerrou o dia em baixa de 0,28%. O índice Nasdaq teve queda de 0,58%.

Os dirigentes do Fed (Federal Reserve, banco central americano) deram nesta sexta-feira sinais diversos sobre a possível decisão na próxima reunião de juros, em março.

James Bullard disse que membros do comitê que decide os juros nos Estados Unidos precisam estar mais abertos para aumentos maiores na taxa. Posição parecida com a tomada nesta quinta-feira (16) por outra dirigente do Fed, Loretta Mester.

Por outro lado, Thomas Barkin, que também faz parte do comitê, se mostrou nesta sexta favorável à continuidade do ritmo de alta de 0,25 ponto percentual, adotado nas últimas reuniões.

Para Matt Maley, estrategista-chefe da Miler Tabak + Co., se os investidores acreditarem na tese de que os juros ficarão elevados por mais tempo, teremos uma queda significativa nos preços das ações nas próximas semanas, segundo relata a agência Bloomberg.

O Goldman Sachs disse que espera mais três altas na taxa de juros do Federal Reserve este ano, de 0,25 ponto percentual cada, depois que dados econômicos dos Estados Unidos divulgados nesta semana apontaram para uma inflação persistente e resiliência no mercado de trabalho.

Entre as empresas, os investidores reagem principalmente ao balanço da Vale referente ao quarto trimestre de 2022, divulgado na noite desta quinta-feira.

A ação ordinária da Vale fechou em queda de 1,30% nesta sexta. Luan Alves, analista chefe da VG Research, avalia que os resultados vieram dentro do esperado, e a falta de novidades positivas impede uma sequência de altas do papel.

"Reforçamos um cenário ainda benigno para o resto do ano da Vale, com resultados satisfatórios principalmente no primeiro trimestre de 2023, que já está no preço da ação. Considerando a atual conjuntura, não devemos ver grandes movimentos de valorização nesse momento", diz Alves.

As declarações do presidente Lula sobre o Banco Central continuam no radar. Em seu relatório de abertura, a Guide Investimentos chama atenção para a vontade de Lula de avaliar autonomia do BC ao fim do mandato de Campos Neto, caso a economia não melhore. "Contudo, o tom das críticas diminuiu", dizem os analistas.


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