SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A startup chilena de RH que captou US$ 35 milhões para se preparar para a entrada no mercado brasileiro. Veja os principais recados de Warren Buffett na carta anual da Berkshire Hathaway, incluindo "nunca apostar contra os EUA" e alertas sobre "contabilidade criativa".

**STARTUP DA SEMANA: BUK**

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: fundada em 2017, a startup chilena de RH centraliza em uma plataforma diversas tarefas da área de recursos humanos das empresas.

Com mais de 4 mil clientes e operações também no México, Colômbia e Peru, a Buk prepara sua chegada ao Brasil.

Em números: a empresa anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$ 35 milhões (R$ 181 milhões).

A Buk não citou valores, mas disse ter sido avaliada em patamar "significativamente superior" em relação à última captação, quando recebeu US$ 50 milhões (R$ 258 milhões) a um "valuation" de US$ 417 milhões (R$ 2,1 bilhões), em outubro de 2021.

Quem investiu: o aporte trouxe como novidade a entrada do fundo do Vale do Silício Base10, investidor de pesos pesados como Nubank, Instacart (de entrega de alimentos) e Brex (empresa de cartões corporativos para startups fundada por dois brasileiros).

Também participaram da atual rodada a Greenoaks e o SoftBank, que já eram investidores.

Que problema resolve: a startup tem um software que promete economizar em até 40% o tempo de trabalho do setor de RH das empresas com tarefas de remunerações, gestão de pessoas, avaliações etc.

Por que é destaque: a chilena usará boa parte do dinheiro arrecadado para preparar sua entrada no Brasil, um mercado de US$ 3 bilhões, disse Jaime Arrieta, CEO e um dos fundadores da Buk ao portal chileno LaTercera.

O desembarque, com a abertura de escritório em São Paulo, levará pelo menos um ano. Até lá, os algoritmos da startup têm de se adaptar à legislação trabalhista e a outras características do país.

"A última etapa é formar uma equipe brasileira com estrutura local e, com isso, começamos", disse Arrieta.

A Buk foi a startup da América Latina que anunciou o maior aporte na última semana, de acordo com dados fornecidos pela plataforma Sling Hub. Ao todo, foram seis rodadas, com US$ 49 milhões (R$ 253 milhões) em investimentos.

**OS RECADOS DA CARTA DE BUFFETT**

Na tradicional carta anual da Berkshire Hathaway, o investidor bilionário Warren Buffett, 92, que comanda a holding ao lado de Charlie Munger, 99, disse que não perdeu sua confiança na economia americana e reforçou sua tese de "nunca apostar contra os EUA".

Entenda: a Berkshire é hoje a sexta maior companhia aberta do mundo em valor de mercado, com US$ 671 bilhões (3,47 trilhão), e é conhecida por suas posições duradouras em companhias tradicionais e cujos negócios pouco dependem de ciclos econômicos de curto prazo.

Apple, Coca-Cola, American Express e Bank of America estão entre as grandes posições do fundo de Buffett.

Em 2022, em meio ao tombo de muitas empresas de tecnologia, que vinham de dois anos como as "companhias da moda" do mercado, a empresa comandada por Buffett registrou lucro operacional recorde de US$ 30,8 bilhões.

Alguns trechos da carta:

"Ainda não vi um momento em que fizesse sentido fazer uma aposta de longo prazo contra os EUA. E duvido muito que qualquer leitor desta carta tenha uma experiência diferente no futuro."

"Possuímos ações negociadas com base em nossas expectativas sobre seu desempenho de longo prazo, não porque as vemos como veículos para compras e vendas rápidas. Esse ponto é crucial: Charlie e eu não somos "stock pickers" (selecionadores de ações); somos "business pickers" (selecionadores de negócios).

Um alerta: a carta de Buffett e Munger ainda deixa um aviso para casos de "contabilidade criativa" em empresas públicas.

"Mesmo o resultado de lucro operacional que tanto valorizamos pode facilmente ser manipulado".

"Superar as "expectativas" é anunciado como um triunfo. Essa atividade é nojenta. Manipular números não requer talento, é apenas necessário um desejo profundo de enganar. A "contabilidade criativa", como um CEO certa vez descreveu sua decepção para mim, tornou-se uma das vergonhas do capitalismo".

Cabe lembrar que o megainvestidor é sócio na gigante de alimentos Kraft Heinz do trio de bilionários brasileiros da 3G, que é acionista de referências da Americanas, empresa no meio de um escândalo contábil. Esse trecho da carta não fez referência a empresas e a Berkshire não tem participação na varejista.

**A PRESSÃO SOBRE HADDAD**

Uma reunião marcada para hoje (27) deve sacramentar a decisão de um tema que vem opondo as alas política e econômica do governo: a volta ?ou não? da cobrança de tributos federais sobre combustíveis.

Entenda: desonerados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio à corrida eleitoral, a gasolina, o etanol, o querosene de aviação e o gás natural veicular permanecem sem a cobrança de PIS e Cofins graças a uma MP (medida provisória) assinada no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que manteve a isenção até até o dia 28 de fevereiro (terça).

A manutenção das alíquotas zeradas é defendida por petistas e aliados políticos de olho no impacto sobre o bolso dos consumidores.

A volta da cobrança integral poderia elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,68 e o do etanol em R$ 0,24, pressionando também a inflação.

A ala econômica, porém, está preocupada com o impacto fiscal da medida.

Cálculos divulgados pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) apontam que o fim da desoneração sobre gasolina e etanol representaria um aumento de arrecadação de R$ 28,9 bilhões neste ano.

Conforme a Folha apurou, o temor com a possível deterioração das condições da economia tem alimentado a pressão sobre o ministro entre membros do governo e aliados do presidente Lula.

Uma solução considerada é elevar os tributos de forma gradual, para que o impacto da desoneração seja dissipado entre os meses.

Opinião: isenção de tributo sobre gasolina beneficia mais ricos de várias maneiras e piora situação da economia e do governo, escreve o colunista Vinicius Torres Freire.

**STOPOVER**

Depois de o setor aéreo a nível global não ter recuperado em 2022 a movimentação do período pré-pandemia, as aéreas vão retomando o modelo de stopover para ajudar na atração de passageiros.

Entenda: essa é aquela proposta em que o viajante compra passagem para um destino, mas pode esticar a escala que faria em uma cidade de horas para alguns dias, com tempo para conhecer o lugar, geralmente sem taxas adicionais ou por valores baixos.

É comum que as empresas permitam a parada extra apenas nas cidades que são suas principais bases ou em seu país de origem, e os gastos de hospedagem e alimentação extras ficam por conta do cliente.

Veja algumas das opções disponíveis:

TAP: escala em Lisboa ou Porto pode durar de 1 a 10 dias e ser feita na ida ou na volta. A empresa ainda oferece descontos para outros voos domésticos e em dezenas de hotéis e restaurantes no país.

Air Europa: parada gratuita em Madri, na ida e na volta. Ao optar por uma segunda pausa mais longa em outra cidade europeia, há uma taxa de US$ 100.

KLM e Air France: escala longa em Amsterdã ou Paris, respectivamente. A opção é grátis nas tarifas da classe flex. Nas modalidades light e standard, há cobrança de US$ 100 por pausa.

Qatar Airways: stopover em Doha, por tarifas que partem de US$ 14 (R$ 72) e incluem hospedagem.

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