SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil fechou 2022 com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões, informou nesta quinta-feira (2) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desempenho representa uma desaceleração rm relação ao ano passado, quando a economia brasileira cresceu 5%. Analistas atribuíram o bom desempenho, porém, por a comparação ser com 2020, ano de fortes quedas devido à pandemia de Covid-19.
O resultado está alinhado ao que esperavam os investidores. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado um sinalizador do PIB, tinha apontado expansão de 2,9% em 2022.
No quarto trimestre de 2022, a economia do país variou -0,2%. Nos demais trimestres do ano, houve avanços de 0,67% (primeiro trimestre); 1,29% (segundo trimestre) e 1,63% (terceiro trimestre).
Para os especialistas, os dados mostram o esgotamento do impacto da reabertura pós-Covid e a perda de força sob a pressão de juros elevados. A taxa básica de juros era de 2% ao ano em março de 2021, e em agosto de 2022, de 13,75%.
Ainda pesam sobre a economia brasileira um cenário global de desaceleração e incertezas em torno da pauta econômica e fiscal do governo Lula (PT). O presidente e sua equipe devem apresentar as primeiras estimativas para o crescimento econômico ainda neste mês.
PREVISÕES PARA 2023
Os economistas consideram que o ano será marcado principalmente pelos efeitos do aperto da política monetária do Banco Central, que levou os juros a 13,75% ao ano;
O presidente já criticou várias vezes a condução da política monetária e os níveis atuais das metas de inflação. Em eventos públicos, ele disse que o índice é uma vergonha, e não combina com a necessidade de crescimento do país.
Ainda paira a perspectiva de uma recessão global, com bancos centrais de todo o mundo aumentando as taxas de juros;
A última edição do boletim Focus, do Banco Central, previu que o PIB de 2023 deve ter crescimento de 0,76%.
COMO A TAXA DE JUROS É DEFINIDA
Juros altos encarecem o crédito e desestimulam investimentos. Os juros são usados como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou tentar estimular a economia.
Quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair.
Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Autoridades monetárias buscam um equilíbrio entre esses fatores e estabelecem metas de inflação para tentar frear o risco de recessão.
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