SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa opera em alta no início da tarde desta sexta-feira (3), com contribuição decisiva das ações da Vale e das siderúrgicas. Dados mostram uma forte retomada da economia chinesa, o que impacta diretamente esses papéis.

O dólar também sobe ante o real, contrariando a tendência global, com as críticas de membros do governo ao Banco Central pesando mais que o cenário no exterior.

Às 12h50 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,81%, a 104.163 pontos. O dólar comercial à vista subia 0,19%, a R$ 5,215.

O mercado de juros futuros apresentava desempenho próximo da estabilidade, com leves baixas. No vencimento em janeiro de 2024, a taxa passava dos 13,34% ao ano do fechamento desta quinta-feira (2) para 13,33%. Para janeiro de 2025, os juros recuavam de 12,79% para 12,78%. Para janeiro de 2027, a taxa passava de 13,18% para 13,17%.

Na madrugada desta sexta, foi divulgado o índice de atividade do setor de serviços na China, o PMI, que passou de 52,9 pontos em janeiro para 55 pontos em fevereiro. Quando este índice fica acima de 50, ele indica aceleração no desempenho do segmento. Quanto mais alto, maior o ritmo de crescimento.

A China é a maior compradora de minério de ferro do Brasil, e a aceleração econômica indica que haverá maior demanda pelo produto. A ação ordinária da Vale subia 0,57% às 12h50 (horário de Brasília).

As siderúrgicas e outras exportadoras também se beneficiam desta melhora da economia na China. As ações ordinárias da CSN e da CSN Mineração avançavam 3,32% e 2,25%, respectivamente. O papel preferencial classe A da Usiminas tinha alta de 1,26%. A ordinária da Suzano subia 2,78%, e a ordinária da JBS avançava 2,84%.

Em relatório, o Bank of America afirma que o ano de 2022 foi marcado pela diminuição da produção global de aço cru. Mas uma recuperação sazonal da China pode levar o preço do minério de ferro dos atuais US$ 126 a tonelada para US$ 160 em 2023. Este aumento impulsionaria diretamente os resultados da Vale.

Nos Estados Unidos, os índices de ações também sobem. Por lá, os investidores tentam se posicionar sobre como será o comportamento da economia após os dados de janeiro virem acima do esperado, e a reação do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) a este ambiente.

O Bank of America afirma que os gastos dos consumidores parecem ter desacelerado a partir da metade de fevereiro. Os analistas do banco projetam que a criação de empregos tenha desacelerado no mês passado.

"Neste contexto, os dados tornam mais fácil a decisão do Fed de manter o ritmo de alta dos juros em, 0,25 pontos percentuais por reunião", conclui o BofA.

Às 12h50 (horário de Brasília), o índice Dow Jones tinha alta de 0,32%. O S&P 500 avançava 0,79%. O Nasdaq subia 1,03%.

Já o câmbio segue trajetória contrária ao DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas globalmente relevante. O índice tinha queda de 0,17%.

Segundo analistas, o dólar reage nesta sexta principalmente ao noticiário doméstico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira (2), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que o país não pode ser seu refém.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, considerou positivo o resultado do Produto Interno Bruto divulgado nesta quinta-feira (2) e acrescentou que agora espera um gesto do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa de juros.

Para a equipe de análise da Ativa Investimentos, a postura do presidente Lula em relação ao BC é "equivocada". "Lula trata os juros como se fossem produto de uma decisão arbitrária do presidente do BC, ignorando os procedimentos sobre a decisão da política monetária, oriundos de uma decisão colegiada", diz a corretora.

Para a Guide Investimentos, as declarações de membros do governo continuam provocando um descolamento dos ativos locais, já que os mercados no exterior têm registrado melhora nos últimos dias.


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