SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar tinha leve alta nesta terça-feira (7), depois que a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de fevereiro. O indicador pode dar sinais ao mercado de como virá o IPCA do mês passado, que será anunciado na próxima sexta-feira (10).
No exterior, a grande expectativa gira em torno de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Ele participa de uma audiência no Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira. Powell voltará a conversar com os parlamentares nesta quarta-feira (8).
Às 10h04 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,17%, a R$ 5,1787 na venda.
Na B3, às 10h04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,21%, a R$ 5,2060.
A Bolsa fechou em alta e o dólar em queda nesta segunda-feira (6). Analistas apontam os sinais positivos dados pelo governo sobre o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. Entre as empresas, destaque para as companhias aéreas, com a Azul subindo quase 40% após divulgar seus resultados de 2022.
O Ibovespa fechou em alta de 0,80%, a 104.700 pontos. O dólar comercial à vista fechou em baixa de 0,63%, a R$ 5,166.
Este maior otimismo com o andamento da pauta econômica do governo Lula apareceu também nos juros. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 recuaram de 13,36% no fechamento da última sexta-feira (3) para 13,27%. Para janeiro de 2025, a taxa recuava de 12,84% para 12,69%. Nos contratos para janeiro de 2027, o recuo era de 13,19% para 13,10%.
Nesta segunda-feira, com o boletim Focus do Banco Central mostrando poucas alterações nas expectativas do mercado para os indicadores, as atenções se voltam para as sinalizações sobre reforma tributária e novo arcabouço fiscal.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta segunda que fechou com sua equipe a proposta para o conjunto de regras que substituirá o atual teto de gastos. Segundo ele, o formato será agora apresentado aos demais membros da área econômica do governo e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O novo arcabouço fiscal a ser proposto pelo governo é um dos temas mais aguardados pelo mercado, por interferir de forma direta nas expectativas em torno da trajetória para as contas públicas ao longo dos próximos anos
Sobre a reforma tributária, em entrevista à agência Bloomberg, Reginaldo Lopes, coordenador do grupo de trabalho que discute o tema na Câmara, disse que o vice-presidente Geraldo Alckmin atua ativamente para viabilizar as medidas, especialmente junto ao empresariado.
Alckmin defendeu nesta segunda-feira a queda dos juros no país e afirmou que o governo irá tomar as medidas necessárias para que isso aconteça.
Em um evento organizado pela Federação Nacional dos Engenheiros, Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que, quando o custo de capital é alto demais, como é o caso do Brasil, emperra investimentos no país.
"É importante reduzir a taxa de juros. Por que o juro é tal alto? É cunha fiscal? Então vou tirar impostos. É falta de competitividade? Vamos aumentar a disputa entre bancos. É insegurança fiscal? Vamos dar segurança fiscal", disse o vice-presidente.
Outra notícia apontada como positiva por analistas é a avaliação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre incluir na reforma tributária uma revisão das regras de tributação sobre a folha de pagamento, hoje um dos principais alvos de reclamação das empresas por elevar o custo de contratação de empregados.
Entre as ações os destaques do dia ficam com as companhias aéreas. A ação preferencial da Azul subia fechou em alta de quase 38%, e a preferencial da Gol subiu quase 24%. A CVC também se beneficiou do movimento, com sua ação ordinária em alta de quase 20%.
Na manhã desta segunda, a Azul divulgou seus números do quarto trimestre de 2022, com crescimento de quase 7% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações), e projeções otimistas para 2023.
A empresa espera ter receita recorde de R$ 20 bilhões em 2023, e Ebitda também em níveis recordes, de R$ 5 bilhões. Neste domingo, a Azul anunciou também uma renegociação no pagamento de seus arrendamentos de aeronaves, o que deve dar um fôlego para o caixa da companhia.
As ações dos bancos também fecharam em alta, já que uma retomada de empresas que ficaram em situação delicada no pós-pandemia pode tirar uma parte da pressão da inadimplência. Destaque para ações ordinárias e preferenciais do Bradesco, que subiram mais de 3%.
O noticiário vindo da China, que ajudou Vale e siderúrgicas na última semana, hoje tem efeito contrário sobre os papéis. Isso porque o governo do país divulgou projeção de crescimento de 5% para 2023, mais modesta que os 5,5% esperados pelo mercado. As ações de Vale, Gerdau e CSN recuaram mais de 3%, liderando a lista de maiores quedas do Ibovespa no dia.
Em Nova York, os principais índices de ações fecharam próximos da estabilidade. O Dow Jones subiu 0,12%. O S&P 500 avançou 0,07%, e o Nasdaq fechou em baixa de 0,11%. O mercado nos
Estados Unidos oscila de acordo com a percepção dos investidores sobre a relação entre atividade econômica e alta dos juros.
Esta semana, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) passará por duas audiências no Congresso, e a expectativa é de que ele mantenha o discurso mais duro de combate à inflação.
Na próxima sexta-feira (9) serão divulgados os dados de empregos nos Estados Unidos, no relatório conhecido como Payroll. O indicador pode ser decisivo na decisão da próxima reunião do Fed sobre juros, que ocorre ainda em março.
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