SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Bolsa e dólar vinham em compasso de espera até o meio-dia. Mas o início do discursos de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) no Congresso fez com que o mercado de ações firmasse tendência de baixa, com o câmbio na direção contrária.
Às 13h00 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em baixa de 0,95%, a 103.638 pontos. O dólar comercial à vista subia 0,65%, a R$ 5,200.
No mercado de juros futuros, as taxas apresentam queda, na espera pelas definições sobre temas como reforma tributária e arcabouço fiscal. Nos contratos para janeiro de 2024, a taxa saía dos 13,27% ao ano do fechamento desta segunda-feira (6) para 13,25%. No vencimento em janeiro de 2025, os juros recuavam de 12,70% para 12,65%. No vencimento de janeiro de 2027, a taxa recuava de 13,10% para 13,00%.
Em audiência no Congresso americano nesta terça-feira, Powell afirmou que o Fed deve aumentar os juros para um patamar acima daquele que a própria autoridade monetária esperava.
"Os dados econômicos mais recentes chegaram mais fortes do que o esperado, o que sugere que o nível final dos juros deve ser mais alto do que o previsto anteriormente", disse Powell em comentários preparados para uma audiência perante o Comitê Bancário do Senado.
Embora a inflação "esteja se moderando" desde seu pico atingido no ano passado, disse Powell, "o processo de reduzir a inflação para 2% tem um longo caminho a percorrer e provavelmente será acidentado".
Após as falas de Powell, os índices de ações em Nova York também firmaram trajetória de queda. O Dow Jones estava em baixa de 0,84% às 13h00 (horário de Brasília). O S&P 500 recuava 0,77%. O Nasdaq tinha queda de 0,84%.
A alta do dólar também é uma tendência global. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana com uma cesta de outras divisas importantes mundialmente, subia 0,74%.
No ambiente local, as expectativas giram em torno do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. O ministra da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na manhã desta terça-feira. O ministro não deu detalhes sobre o que foi discutido.
Sobre a reforma tributária, o secretário especial Bernard Appy disse, em entrevista ao Valor Econômico, que o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) só deve começar a valer a partir de 2025.
Ele afirma que a reforma do tributo sobre consumo pode ser aprovada ainda no primeiro semestre. Na segunda metade do ano, haveria a discussão para mudar os tributos sobre renda.
Em relatório, a Mirae Asset lembra que outro tema importante e muito aguardado pelo mercado é a substituição de diretores do Banco Central. Em fevereiro, venceram os mandados das diretorias de Política Monetária e Fiscalização. "Ao que parece, a percepção é positiva", dizem os analistas.
Sobre o novo arcabouço fiscal, a expectativa do mercado é que seja apresentado antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que começa no dia 21 de março, afirma a Levante Investimentos.
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