SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa vinha operando próxima da estabilidade, mas consolidou tendência de queda no começo da tarde desta quinta-feira (9). O movimento é considerado um ajuste por analistas, após a alta superior a 2% desta quarta-feira (8). O dólar oscila próximo da estabilidade.

Agora, os investidores esperam mais detalhes sobre o novo arcabouço fiscal, já que nesta quarta, a notícia de que ele será definido antes da próxima reunião do Banco Central sobre juros fez a Bolsa subir. Segundo informações divulgadas na imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem um almoço com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para tratar do assunto.

Às 13h10 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em baixa de 0,35%, a 106.159 pontos. O dólar comercial à vista subia 0,11%, a R$ 5,147.

No mercado de juros, as taxas continuam a trajetória de queda observada nesta quarta. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 recuam de 13,08% para 13,04% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros caem de 12,40% para 12,28%. No vencimento em janeiro de 2027, a queda é de 12,79% para 12,66%.

Para os analistas da Guide Investimentos, na falta de grandes novidades sobre indicadores econômicos nesta quinta-feira, os investidores resolvem adotar uma postura mais cautelosa, repetindo a tendência dos últimos dias, até a alta do Ibovespa nesta quarta.

Nos próximos dias, o mercado deve acompanhar com atenção alguns pontos, segundo a Guide. "Além de seguirem atentos aos números de atividade, crédito e inflação da economia, o novo marco fiscal e, em menor grau, a reforma tributária, seguirão no foco dos mercados nos próximos dias".

Os analistas da Ativa Investimentos afirmam estar céticos sobre os benefícios práticos do novo arcabouço fiscal.

"O governo tem ressaltado frequentemente a busca por uma 'regra flexível', o que vai ao encontro com a necessidade instantânea do país. Sem contar que pouco se diz sobre mudança na trajetória de despesas, atrelando as melhores perspectivas fiscais sempre as receitas", diz a Ativa em relatório.

O noticiário sobre empresas também movimenta a Bolsa nesta quinta. Destaque negativo para a Hapvida, com a ação ordinária caindo quase 23%. A empresa perde cerca de R$ 4,7 bilhões em valor de mercado, segundo levantamento do Trade Map.

A empresa anunciou na noite desta quarta-feira que pode aumentar seu capital com uma nova emissão de ações.

"Se confirmado, avaliamos o potencial aumento de capital no preço recorde de baixa atual da ação, de R$ 2,90, como misto/neutro", afirmaram analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes nesta quinta-feira. O banco cortou o preço-alvo do papel de R$ 6 para R$ 4,50, com recomendação "neutra".

"A atual posição de caixa da Hapvida parece apertada para enfrentar um cenário desafiador geral e, portanto, justifica um potencial colchão de caixa por meio de ações, dado o mercado de dívida restrito", escreveram Marcio Osako e Caio Rocha.

Outra queda importante é da ação ordinária da CSN, de quase 6%. O lucro líquido da siderúrgica caiu mais de 80% no quarto trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021.

Segundo a Guide, o indicador mais preocupante é o de rentabilidade, que caiu de 36% para 28% em 12 meses. "A queda da margem é explicada por preços menores do aço no mercado internacional como já mencionado, apreciação do Real e ainda aumento de custos com matéria-prima como carvão", diz a corretora.

Em Nova York, os índices de ações operam em alta. O movimento é motivado principalmente pela alta no pedido de seguro-desemprego nos Estados Unidos, na última semana.

Foram 211 mil pedidos feitos na semana terminada no dia 4 de março, 21 mil a mais que o registrado na semana anterior. O dado é considerado positivo pelo mercado, pois sinaliza uma possível desaceleração do mercado de trabalho.

Às 13h10 (horário de Brasília), o índice Dow Jones tinha alta de 0,14%. O S&P 500 subia 0,44%. O Nasdaq operava com avançod e 0,26%.


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