SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar subia frente ao real nos primeiros negócios desta sexta-feira (10), com investidores aguardando um importante relatório de emprego dos Estados Unidos que pode oferecer pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve, enquanto monitoram o noticiário envolvendo o novo arcabouço fiscal do Brasil.
O mercado também digere dados do IPCA divulgados há pelo IBGE, que mostraram alta de 0,84% do índice na comparação mensal.
Às 9h02 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,30%, a R$ 5,1558 reais na venda.
Na B3, às 9h02 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,2%, a R$ 5,1800.
A Bolsa fechou em queda nesta quinta-feira (9), seguindo a tendência dos mercados nos Estados Unidos, que pioraram na parte da tarde com a piora na percepção de risco para as empresas em ambiente de juros mais altos. O dólar fechou praticamente estável, depois de oscilar durante todo o dia.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,38%, a 105.071 pontos, devolvendo boa parte do avanço de 2,22% registrado nesta quarta-feira (8). O dólar comercial à vista fechou com baixa de 0,01%, a R$ 5,140.
No mercado de juros, as taxas continuaram a trajetória de queda observada nesta quarta, ainda com a perspectiva de que a Selic pode ter cortes antes do que se imaginava. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 recuam de 13,08% para 13,04% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros caem de 12,40% para 12,23%. No vencimento em janeiro de 2027, a queda é de 12,79% para 12,56%.
Até o início da última hora de pregão, o Ibovespa vinha em baixa, mas em ritmo moderado. Mais perto do final da sessão, o desempenho começou a piorar, chegando mais próximo dos índices de Nova York.
Se nesta quarta-feira, as notícias de que o novo arcabouço fiscal seria anunciado ainda este mês geraram otimismo, nesta quinta o humor do mercado mudou.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta quinta-feira (9) que a nova regra fiscal desenhada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é responsável, garante recursos para investimentos e vai agradar a todos, inclusive ao mercado.
No mercado de juros, a reação foi diferente. Isso porque os investidores já começam a projetar nos ativos um corte da Selic pelo BC antes do esperado.
Segundo informa a agência Bloomberg, uma diminuição de 0,25 ponto percentual na Selic em junho já foi completamente incorporada nos preços. Existe 50% de chance de que este corte comece ainda em maio.
O noticiário sobre empresas também movimentou a Bolsa nesta quinta. Destaque negativo para a Hapvida, com a ação ordinária fechando em baixa de 33,56%. A empresa anunciou na noite desta quarta-feira que pode aumentar seu capital com uma nova emissão de ações. Segundo levantamento do Trade Map, a companhia perdeu quase R$ 7 bilhões em valor de mercado nesta quinta.
Outra queda importante foi da ação ordinária da CSN, de 8%. O lucro líquido da siderúrgica caiu mais de 80% no quarto trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021.
Em Nova York, os índices de ações também firmaram movimento de queda mais acentuada pouco antes do fechamento. O movimento foi provocado principalmente pelo setor bancário, depois que o Silvergate Capital anunciou que deve fechar suas operações por conta das quedas recentes das criptomoedas.
"Há uma preocupação geral de que, com a taxa de juros maiores, haverá um problema para as empresas pagarem seus compromissos", afirma Matt Maley, estrategista-chefe de mercados do Miller Tabak + Co. à Bloomberg.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,66%. O S&P 500 recuou 1,85%. O Nasdaq fechou o dia com queda de 2,05%.
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