SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (13), em semana de divulgação de dados de inflação em Brasil e Estados Unidos. O mercado de ações ainda reage à falência do banco norte-americano Silicon Valley Bank, que derrubou todas as principais bolsas do mundo na última sexta (10).

Às 9h29 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,80%, a R$ 5,2500 na venda.

Na B3, às 9h29 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,70%, a R$ 5,2700.

O dólar à vista fechou a última sessão cotado a R$ 5,2081, em alta de 1,32%.

Investidores aguardam os resultados do índice IBC-BR, que mede a atividade econômica, nesta segunda.

A bolsa fechou a última sexta (10) com perdas equivalentes a todos os ganhos no resto da semana, no segundo pior patamar do ano. O principal fator para a queda foi uma aversão ao risco global após crise no Silicon Valley Bank, maior instituição financeira a falir nos EUA desde 2008.

O dólar fechou em alta -relatório do Federal Reserve indicando queda de salários nos EUA também teve efeito na moeda.

No mercado de juros futuros, as taxas subiram no curto prazo e caíram no longo, influenciada pelo anúncio de IPCA, em 0,84%, acima do esperado. Nos contratos para janeiro de 2024, a taxa aumenta de 13,04% ao ano do fechamento desta quinta-feira (9) para 13,16%; no vencimento em janeiro de 2025, de 12,23% para 12,38%. No vencimento de janeiro de 2027, porém, a taxa caiu de 12,67% para 12,65%.

Nos Estados Unidos, o Silicon Valley Bank, uma instituição financeira avaliada em US$ 40 bilhões (R$ 207,3 bilhões na cotação atual), anunciou na quinta uma capitalização, logo após ter comunicado uma perda de US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bi) nas contas. O movimento desvalorizou os papéis da empresa em 60% e fez o setor bancário perder US$ 80 bilhões (R$ 414,5 bilhões) em valor nesta sexta.

Nesta sexta, reguladores tomaram controle do banco na maior falência registrada por uma instituição financeira nos EUA desde 2008. A instituição financeira controlava US$ 220 bilhões de ativos, a maior parte em fundos venture capital e empresas de tecnologia.

De acordo com a Bloomberg, investidores de Wall Street buscaram segurança e tiraram US$ 500 milhões de fundos de investimento e acumularam US$ 18,1 bi em dinheiro e US$ 8,2 bilhões em títulos públicos.

As principais bolsas norte-americanas fecharam em forte queda: Dow Jones caiu 1,07%; S&P 500, 1,45%, e Nasdaq, 1,76%. O mercado de ações também registrava queda em Inglaterra, Alemanha, França, Japão, China e outros países da Ásia e da América Latina.

A sexta ainda teve divulgações de balanço de três grandes empresas varejistas: Magazine Luiza, Via e Arezzo. As três companhias abriram o dia com fortes baixas, mas a Magalu conseguiu reverter para alta no correr do dia.

A Hapvida, após fechar a quinta com baixa de 33,56% em seus papéis, subiu 26,8% na sexta com a venda de ativos.

Também influenciam o mercado financeiro os dados divulgados na manhã desta sexta pelo IBGE de alta de 0,84% na comparação mensal do IPCA, principal índice de inflação no país. O resultado foi acima das projeções de grandes operadores da bolsa, de acordo com Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital.

As taxas do mercado de juros aumentaram para 2024 e 2025. Isso porque o núcleo da inflação, com os principais itens da cesta, continuou em 0,7%, em relação ao registrado em janeiro, número ainda alto.

A inflação acumulada deve atingir patamar inferior a 4% em junho deste ano, com medidas de núcleo em trajetória de desinflação, ainda que gradual, segundo relatório do Itaú Unibanco.

Ainda na sexta, ainda houve divulgação do relatório do banco central norte-americano de criação de empregos nos EUA, chamado "payroll". Operadores da bolsa têm esperado por quedas nos salários e horas trabalhadas. "Salário é basicamente o que controla, um dos principais fatores da inflação americana", disse Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital.

Ainda que os Estados Unidos tenham criado 311 mil vagas, contra projeções de 225 mil, os dados de salários e horas trabalhadas abaixou.

A inflação no Brasil e as condições do mercado de trabalho nos EUA tiveram influência sobre a alta no dólar registrada naquele dia.

Valter Campanato/Agência Brasil - Dólar

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