RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Eletrobras registrou lucro de R$ 3,6 bilhões em 2022, ano em que passou a operar como uma corporação sem acionista controlador. O resultado é 36% inferior ao verificado em 2021 e, segundo a empresa, foi impactado por aumento nas provisões e menor resultado de empresas controladas.
No quarto trimestre, o segundo trimestre completo após sua privatização, a empresa teve prejuízo de R$ 479 milhões, com provisões de R$ 2,5 bilhões para perdas com a Amazonas Energia, R$ 1,2 bilhão para despesas com o novo plano de demissão e R$ 900 para obrigações da privatização.
No balanço divulgado no fim da noite desta segunda-feira (13), a administração da empresa diz que "o ano de 2022 é o segundo mais crucial da história da Eletrobras, precedido em importância somente por 1962, ano em que a empresa foi fundada".
"O processo de capitalização da companhia, concluído no ano passado, representa uma segunda fundação, seis décadas depois da primeira, e foi fundamental para deixar a empresa mais preparada para enfrentar as mudanças sistêmicas que estão em curso nos setores de energia brasileiro e global."
A carta aos investidores, assinada pelos presidentes do conselho de administração, Ivan Monteiro, e da companhia, Wilson Ferreira Junior, reforça a defesa da privatização, que é questionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua base política.
"Este processo nos deixou mais fortalecidos e confiantes no enorme potencial da nossa empresa, possibilitando retomar os investimentos em prol do crescimento da companhia, que poderá se renovar e competir para se consolidar como uma das maiores empresas de energia limpa do mundo", dizem os executivos.
A Eletrobras chegou a ampliar os investimentos em 20% no ano, para R$ 5,6 bilhões, mas a alta se deu com a compra de participação acionária na usina hidrelétrica Santo Antônio, que custou R$ 1,5 bilhão.
Neste momento, diz a companhia, o foco é a reestruturação de suas atividades, a implantação de novas estratégias e a limpeza de seu balanço, que levou a aumento de provisões para eventuais perdas por inadimplência ou em processos judiciais também no terceiro trimestre.
Na ocasião, foram provisionados R$ 470 milhões para possíveis perdas com inadimplência da Amazonas Energia e R$ 588 milhões para possível perda em processo contra a Chesf por atraso em linha de transmissão.
Para reduzir custos, a Eletrobras lançou um novo plano de demissão voluntária para empregados aposentados ou que atingirão as condições de se aposentar até 30 de abril de 2023. São 2.312 trabalhadores nessa condição tanto na holding como em suas subsidiárias.
A empresa estima que o plano vai custar R$ 1 bilhão, com a quitação de direitos e incentivos, como o pagamento de nove salários e de gastos equivalentes a três anos de plano de saúde e um ano de auxílio-alimentação.
Em outra frente, a Eletrobras anunciou na semana passada um processo seletivo com 832 vagas para contratação de profissionais para suas subsidiárias.
O objetivo, diz a empresa, é ter "um quadro de colaboradores com uma rica composição de jovens talentos e experientes profissionais, incentivando a troca de experiências e aprendizado".
Em 2022, a Eletrobras teve receita operacional líquida de R$ 34 bilhões, praticamente estável em relação ao ano anterior. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa de uma companhia caiu 18%, para R$ 11,4 bilhões.
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