SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pouco mais de dois meses desde que tomou posse, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido avaliado de maneira bastante negativa por parte significativa do mercado financeiro, segundo pesquisa da corretora Genial Investimentos e da Quaest.

O levantamento, que ouviu 82 gestores de fundos em São Paulo e no Rio de janeiro entre os dias 10 e 13 de março, indica que 98% dos entrevistados avaliam que a política econômica do país está indo na direção errada.

Desde a campanha eleitoral no ano passado, o petista tem adotado um tom crítico a pautas caras aos investidores, como a autonomia do Banco Central (BC) e a privatização da Eletrobras.

No levantamento, 90% dos entrevistados avaliaram como negativa a relação do governo Lula com a diretoria do BC. E 45% dos participantes consideram baixa a chance de a autarquia antecipar o corte de juros.

Além disso, 78% dos entrevistados afirmam que a economia brasileira deve piorar ao longo dos próximos 12 meses, enquanto apenas 6% esperam por uma melhora.

Apesar do resultado do levantamento, no mais recente boletim Focus, divulgado nesta semana, as projeções dos economistas consultados pelo BC para o PIB (Produto Interno Bruto) subiram pela quarta vez seguida, e apontam agora para uma expansão de 0,89% da economia brasileira, contra 0,76% um mês atrás.

Na pesquisa Genial/Quaest, 90% dos entrevistados dizem que a política fiscal do governo não vai gerar uma sustentabilidade da dívida pública, embora 61% entendam ser alta a probabilidade de o governo conseguir aprovar uma nova âncora fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (15) que a proposta da nova regra fiscal, que substituirá o teto de gastos, já foi entregue ao Planalto.

A expectativa é que o texto final seja concluído antes de viagem de Lula para a China, programada para o dia 24. O aval do presidente é a última etapa antes de a proposta seguir para o Congresso Nacional.

Em relação à inflação, 68% dos entrevistados dizem que o governo não está preocupado com a alta dos preços, enquanto 36% estimam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vai encerrar o ano acima de 6% -a meta de inflação para o ano é de 3,5%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 57% dos participantes da pesquisa acreditam ser alta a probabilidade de o governo alterar a meta de inflação.

No Focus, a mediana das estimativas dos economistas indica a inflação fechando o ano em 5,96%.


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