SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com o fim da isenção tributária oferecida pelo governo Bolsonaro aos pneus de carga importados, definida nesta quinta-feira (16), a indústria promete recuar nos planos de demissão.

O setor já vinha antecipando férias dos funcionários para reduzir a produção.

Segundo Klaus Curt Müller, presidente-executivo da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), com a volta da alíquota de importação dos pneus aos 16% cobrados anteriormente, a tendência é de reequilíbrio da oferta, porém de forma gradual.

"Teve uma estocagem do pneu nacional porque as vendas caíram, mas houve também um estoque do importado, porque importaram muito. O mercado ainda vai sofrer com disfunções, mas certamente a indústria vai trabalhar para voltar ao normal o mais rápido possível e afastar esse problema dos trabalhadores", diz o presidente da Anip.

Müller afirma que os representantes da indústria levaram seus números ao governo para mostrar a queda na participação de mercado, o aumento da capacidade ociosa e do estoque.

"É a mesma coisa que zerar imposto de importação de automóvel ou do eletrônico. Vai ter um aumento da importação, mas com o tempo, desequilibra as cadeias produtivas. Já estávamos com problema na borracha natural e no aço. A cadeia toda sentiu a redução de compra e muitas operações passam a ficar inviáveis neste cenário", afirma Müller.


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