SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abre em queda nesta terça-feira (21), dia de agenda econômica mais esvaziada, mas com os investidores ainda atentos ao noticiário sobre bancos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Além disso, o mercado deve continuar calibrando as expectativas para as reuniões do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e do Banco Central brasileiro para definir as taxas de juros dos dois países, marcadas para esta quarta-feira (22).
Às 9h02 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,39%, a R$ 5,2223 na venda.
Na B3, às 9h02 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a R$ 5,2350.
A Bolsa fechou em baixa na nesta segunda-feira (20) e renovou a cotação mínima de fechamento de 2023, com os investidores mais atentos ao noticiário econômico local. As incertezas sobre a divulgação e o conteúdo das novas regras fiscais pelo governo criam uma maior tensão no mercado.
O dólar também cai, seguindo a tendência global, após a fusão entre UBS e Credit Suisse, e na expectativa pela decisão de juros nos Estados Unidos, na próxima quarta-feira (22).
O Ibovespa encerrou o dia com queda de 1,04%, a 100.922 pontos, pior patamar desde 27 de julho de 2022. O dólar comercial à vista caiu 0,53%, a R$ 5,242. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas globais, caía 0,38% no mesmo horário de fechamento do mercado brasileiro.
Por conta das indefinições sobre o novo arcabouço fiscal, o mercado de juros fechou com leves altas, em compasso de espera para a decisão do Banco Central, também na próxima quarta.
Os contratos com vencimento em 2024 saíram dos 12,96% ao ano do fechamento da última sexta-feira (17) para 13,01%. Para janeiro de 2025, os juros passaram de 12,06% para 12,11%. No vencimento em janeiro de 2027, a taxa fechou estável em 12,47%.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que amplie as conversas com o mundo político e com economistas, além de fazer novos cálculos sobre a proposta do nova regra fiscal, que vai substituir o teto de gastos.
A orientação foi dada durante reunião da sexta-feira (17), quando Haddad apresentou o texto a Lula. Participaram do encontro os ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), além do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro da Indústria e Comércio.
O presidente disse nesta segunda-feira, em evento sobre a retomada do programa "Mais Médicos", que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos.
A nova regra fiscal deve combinar a curva da dívida pública, superávit primário e um mecanismo de controle de gastos, disse nesta segunda-feira (20) o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Segundo ele, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não deu a palavra final sobre a proposta.
Outra preocupação que persiste no mercado é a inflação. O boletim Focus, do Banco Central, mostra que os economistas continuam vendo a Selic no atual patamar de 13,75% tanto na reunião desta semana quanto na de maio, com a taxa fechando este ano a 12,75%. Para 2024 também segue a projeção de juros a 10,0%.
Entre as ações, destaque para a queda superior a 7% da ação ordinária da JBS. Os irmãos Batista, que controlam a holding que é maior acionista da produtora de proteína animal, farão parte da comitiva que vai acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Segundo analistas, o mercado sempre fica atento aos riscos que envolvem a aproximação das empresas com o governo.
No exterior, as bolsas europeias fecharam em alta, e em Nova York, os principais índices de ações também sobem. A compra do Credit Suisse pelo UBS foi encarada com algum ceticismo pelo mercado no começo do dia, mas a tendência se reverteu à medida que os reguladores do sistema financeiro global deram sinais de que vão continuar atuando para assegurar a liquidez dos bancos.
Em coordenação com os bancos centrais de outros lugares, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) ofereceu swaps diários de moeda para garantir que os bancos no Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e zona do euro tenham dólares necessários para operar.
Outro evento importante e bastante aguardado pelos investidores é a reunião do Fed para decidir os juros americanos.
Segundo a agência Bloomberg, os investidores projetam que o ciclo de alta dos juros está no fim, e trabalham até mesmo com a possibilidade de corte nas taxas até o fim do ano.
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,20%. O S&P 500 avançou 0,89%, e o Nasdaq subiu 0,39%.
Na Europa, o índice Euro Stoxx 600 fechou em alta de 0,98%. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,93%. O CAC 40, de Paris, fechou com avanço de 1,27%.
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