SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O varejo alimentar deve encarar nos próximos meses uma repetição da tendência de redução no número de itens no carrinho dos consumidores e o encolhimento do tamanho das embalagens, que ganhou força no ano passado.
Conhecida como reduflação, a prática de diminuir o tamanho dos pacotes é um movimento típico dos períodos inflacionários e serve para adaptar o produto ao bolso do cliente com poder de compra corroído.
É comum em categorias como sabão em pó, biscoitos e achocolatados, mas segundo Robson Munhoz, diretor da empresa de software de abastecimento Neogrid, a tendência se acelerou e alcança também produtos como café e papel higiênico.
Para Luiza Zacharia, diretora da empresa de inteligência de mercado Horus, o cenário econômico continua impactando os valores gastos no varejo. Dados mais recentes da Horus apontam que o tíquete médio subiu, mas o número de produtos no carrinho não acompanhou. "Isso é reflexo da inflação. E depois que chega a um determinado ponto, mesmo que venha deflação ou desaceleração, é difícil voltar ao patamar normal. O consumidor se acostuma, e o preço final acaba ficando um pouco acima. Veja o leite, que dobrou de preço e começou a baixar, mas não volta ao nível anterior", diz Zacharia.
No fim do ano passado, o ticket médio ficou mais de 13% superior à quantia gasta no início do ano, mas a média de itens comprados cresceu apenas 1,5%.
A Nestlé afirma que a adoção de embalagem reduzida busca manter a competitividade do produto e segue as normas que exigem a informação sobre a mudança de peso no rótulo. A PepsiCo também diz que comunica as alterações como prevê a legislação e busca manter seus produtos acessíveis à população mesmo em cenários de pressão inflacionária.
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