SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nova regra fiscal é bem recebida pelo mercado, mas economistas levantam dúvidas sobre expectativa de arrecadação do governo, gigante chinês Alibaba se divide em seis unidades para enfrentar concorrência e aliviar pressão regulatória e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (31).
**COMO A NOVA REGRA FOI RECEBIDA**
A Bolsa fechou em alta de quase 2% e o dólar abaixo de R$ 5,10, enquanto agentes do mercado digeriam a nova regra fiscal apresentada nesta quinta (30) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Economistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, porém, questionaram o "otimismo" do governo em relação ao crescimento da receita e ao resultado das contas públicas.
ENTENDA
A regra que irá substituir o teto de gastos prevê, conforme a Folha de S.Paulo havia antecipado, uma nova trava para as despesas, que cresceriam acima da inflação, mas em ritmo menor do que a arrecadação.
A REPERCUSSÃO
Entre os analistas do mercado, ficou a impressão de que a regra gera uma previsibilidade da trajetória da dívida pública e manda um sinal de que o governo trabalha com um limite para as despesas, apesar de o foco estar na alta das receitas.
Economistas ouvidos pela Folha de S.Paulo elogiaram o desenho da regra, mas predomina entre eles uma visão cética acerca do expressivo aumento de arrecadação previsto pela equipe econômica.
Entre empresários consultados pela coluna Painel S.A., do jornal Folha de S.Paulo, as reações também foram positivas.
Nesta quinta, Haddad disse que vai apresentar um pacote para elevar a arrecadação entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões por ano. Ele disse que a ideia é rever benefícios tributários e passar a cobrar impostos de setores que hoje não pagam, mas não deu maiores detalhes.
**GIGANTE CHINESA SE DIVIDE EM SEIS**
O grupo chinês Alibaba anunciou nesta semana sua maior reestruturação desde que foi fundado pelo bilionário e ex-professor de inglês Jack Ma, há 24 anos.
O gigante será separado em seis unidades de negócios independentes, que estão liberadas para listar suas ações na Bolsa.
ENTENDA
O conglomerado, hoje com 240 mil funcionários, será separado em comércio eletrônico (1) doméstico e (2) internacional, (3) computação em nuvem, (4) serviços locais, (5) mídia digital e (6) logística.
O Alibaba ficará com a unidade chinesa de comércio eletrônico, que inclui os sites Tmall e Taobao e no último ano fiscal gerou mais lucros do que o grupo como um todo.
A princípio, o controle acionário das seis unidades ficará sob o guarda-chuva do grupo.
O QUE EXPLICA
A companhia atribuiu a decisão à necessidade das empresas se tornarem mais ágeis para enfrentar a forte competitividade do mercado chinês. Mas a mudança também justifica-se por razões econômicas e políticas
Separadas, as unidades podem ter seu "valor destravado", como dizem no mercado para se referir a empresas que estavam subavaliadas em uma estrutura grande e complexa. As unidades de logística e computação em nuvem podem se dar bem.
A "independência total" de cada um dos braços do Alibaba pode ajudar a aliviar os temores do Partido Comunista sobre uma companhia que cresceu demais e ficou sob a mira da repressão regulatória de Pequim nos últimos anos.
O anúncio da reestruturação aconteceu dias depois de que Jack Ma, que não é mais o CEO do grupo desde 2019, voltou a ser visto publicamente na China após andar sumido pelo mundo.
Ele desapareceu dos holofotes depois que Pequim cancelou o IPO da Ant, fintech do Alibaba, que seria a maior oferta inicial do mundo. Na época, Ma havia atacando os vigilantes financeiros e bancos da China.
O evento provocou uma repressão regulatória chinesa sobre as empresas do país. O aperto acabou sendo aliviado só neste ano, diante da recuperação lenta da economia no pós-Covid.
**DÊ UMA PAUSA**
Para assistir: "Aeroporto: Área Restrita" - no Discovery e discovery+.
Com quatro temporadas, o programa acompanha a rotina de operações de servidores públicos que trabalham na fiscalização de malas e passageiros nos aeroportos do país, principalmente no de Guarulhos, o maior terminal aéreo de cargas da América Latina.
A série voltou ao centro das atenções no começo do mês, quando veio à tona a apreensão de joias sauditas enviadas no ano passado para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mario de Marco Rodrigues, delegado da Receita Federal que é presença frequente no programa, foi quem recusou um pedido feito pelo ex-secretário da Receita, Julio Cesar Vieira Gomes, para que liberasse os itens, segundo reportagem do UOL.
As câmeras acompanham a rotina de operações de profissionais de órgãos com atribuições distintas: Receita Federal, Anvisa, Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional) e Ibama.
Enquanto nas primeiras temporadas as apreensões mais mostradas são de quilos de cocaína escondidos em fundo falso de malas e de mercadorias não declaradas que vêm de fora, na quarta temporada, gravada após o início da pandemia de Covid, há casos de apreensão de pau-brasil retirado ilegalmente e peixes em ameaça de extinção que estavam rumo ao exterior.
Na segunda (27), quem teve de passar pela área restrita do aeroporto de Guarulhos foi o estilista libanês Elie Saab, que já vestiu a cantora Beyoncé.
Ele desembolsou R$ 317.526 para conseguir liberar, junto à Receita Federal, 19 vestidos, uma jaqueta e quatro bolsas de sua grife de luxo, conforme mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Estados vão reduzir novo ICMS da gasolina após acordo com STF. Mudança em imposto para o diesel foi adiada para 1º de maio; troca para alíquota em reais por litro deve pressionar preços.
BANCO CENTRAL
Vemos politização de linguagem 'muito técnica' do Copom, diz Campos Neto. Presidente do BC rebate pressão do governo Lula por redução de juros.
MERCADO
Fugini faz recall de maionese após Anvisa encontrar falhas graves em fábrica. Vigilância descobriu problemas de higiene e uso de urucum vencido em fabricação de maionese.
UNIÃO EUROPEIA
União Europeia aprova lei para combater desigualdade salarial por gênero. Empresas terão 3 anos para se adequar às regras, que limitam a diferença na remuneração em 5%.
CARRO ELÉTRICO
Ford fecha acordo de US$ 4,5 bi para fábrica de materiais de baterias de veículos elétricos. Vale e Huayou serão sócias da montadora em unidade de processamento de níquel, que deve estar funcionando em 2026.
JORNALISMO
IA que cria imagens interrompe teste após montagens de Trump e papa viralizarem. CEO da plataforma afirma que medida foi tomada para evitar comportamento abusivo.
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