BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O conselho de Itaipu no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva será composto majoritariamente por ministros. As nomeações foram publicadas nesta quinta-feira (6) no DOU (Diário Oficial da União).

Pessoas que acompanham as indicações afirmam que o engenheiro André Pepitone pode ser mantido como diretor financeiro da binacional. Ele chegou ao posto no governo de Jair Bolsonaro (PL), e a confirmação, destacam, seria uma derrota do PT para o PSD.

Cinco dos sete conselheiros são ministros. Foram nomeados Alexandre Silveira (Minas e Energia), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil). Como é de costume, o ministro Mauro Vieira ocupa uma das vagas reservada ao MRE (Ministério das Relações Exteriores).

Um conselheiro recebe R$ 37 mil, mais benefícios.

A expectativa era que Alexandre Padilha também fosse conselheiro, mas a outra cadeira, que costuma ser reservada para um indicado do MRE, ficou com Michele Caputo Neto. Ex-secretário estadual de Saúde e ex-deputado estadual, ele é apadrinhado pelo deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR).

Essa escolha representa uma vitória do grupo liderado por Gilberto Kassab, atualmente secretário de Relações Institucionais do governo de São Paulo.

As indicações do partido em Itaipu são negociadas pelo ministro Silveira, senador licenciado da sigla, com apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

A hipótese de permanência de Pepitone como diretor financeiro, posto estratégico por fazer a gestão do caixa da usina, incomoda petistas que acompanham as indicações no setor elétrico. Itaipu é uma área de influência da presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Ela conseguiu nomear, por exemplo, Carlos Carboni, seu assessor, como diretor de Coordenação.

Pepitone tem um longo histórico técnico no setor de energia. É servidor de carreira da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), onde atuou na área de regulação e chegou a ser diretor-geral. No entanto, foi colocado na Diretoria Financeira de Itaipu por indicação dos bolsonaristas, com apoio do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

Hoje, entre os petistas, ele é visto como um representante do ex-presidente.

A disputa pela Diretoria Financeira tem sido acirrada. O Senado tentou emplacar Astrogildo Quental, que fez carreira na ainda estatal Eletrobras, especialmente na Eletronorte. Também houve uma mobilização em favor do ex-deputado federal Pedro Guerra (PSD-PR), filho do ex-ministro e ex-deputado paranaense Alceni Guerra, que apoiou Lula nas eleições.

O DOU desta quinta também oficializou a exoneração do antigo conselho.

Deixam oficialmente a usina os ex-ministros Adolfo Sachsida e Bento Albuquerque (Minas e Energia), o ex- ministro de Relações Exteriores, Carlos França, o ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência Célio Faria Júnior, o embaixador Fernando Magalhães, o ex-deputado José Carlos Aleluila e a ex-governadora do Paraná Cida Borghetti.


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