SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) enviou na quinta-feira (6) uma notificação ao Nubank questionando a forma como a fintech garante a segurança dos clientes.

A decisão de enviar a notificação veio após o órgão ter acesso a "vários relatos" de pessoas que dizem ter sofrido golpes pelo aplicativo do Nubank.

Ainda de acordo com o instituto de defesa do consumidor, a principal crítica das vítimas é que o Nubank não possui ou não utiliza um sistema que bloqueie transações que fogem do padrão da conta. Procurada, a fintech disse manter vigilância constante sobre a utilização dos serviços.

Invasão da conta por hackers, empréstimos indevidos feitos no nome dos titulares e transferências de quantidades elevadas de dinheiro para outras contas estão entre as principais reclamações.

Em um dos relatos ao qual o Idec teve acesso, o cliente do Nubank diz que, em quatro minutos, os criminosos conseguiram fazer quatro transações via Pix que totalizaram R$ 150 mil, sendo que o titular nunca teria feito saques acima de R$ 250.

"Nas últimas semanas foram vários os relatos em redes sociais, plataformas de reclamação e no site consumidor.gov.br que tratam sobre a falta de segurança no aplicativo do Nubank", afirma o Idec.

Em nota, o Nubank disse que a segurança é uma prioridade e que mantém uma vigilância constante sobre a utilização dos serviços, incluindo o desenvolvimento de ferramentas de proteção para ajudar os usuários na prevenção e inibição de golpes.

"Com relação a esses crimes, o Nubank mantém equipes especializadas e canais abertos 24 horas para o atendimento às vítimas. Em caso de suspeita de movimentação indevida por terceiros, os clientes devem seguir o passo a passo disponível no SOS Nu, hub de segurança da companhia", disse a fintech.

Segundo o Idec, o Nubank chegou a enviar um alerta por e-mail aos clientes no início de abril, no qual informou que a fraude se trata do golpe do acesso remoto, em que os fraudadores conseguem realizar transferências bancárias após o consumidor fazer o download de aplicativos piratas, que permitem o acesso remoto de terceiros ao celular da vítima.

A fintech também teria destacado no comunicado que os problemas relatados não configuram uma falha de segurança do banco e recomendou que os clientes baixem a versão atualizada do aplicativo do Nubank.

O órgão de defesa do consumidor diz que o objetivo da notificação é fazer com que a fintech dê mais detalhes sobre os fatos relatados, informe por que não foram adotadas medidas preventivas com maior antecedência e de que forma está lidando com as vítimas dos golpes.

"O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) obriga o fornecedor a responder pela reparação dos danos causados às pessoas consumidoras pelos defeitos decorrentes da prestação de seus serviços. Desta maneira, é responsabilidade do banco garantir a qualidade e segurança do serviço oferecido, arcando com eventuais prejuízos", afirmou o advogado do programa de serviços financeiros do Idec, Fábio Machado Pasin.

Após o recebimento da notificação, o Nubank tem o prazo de 15 dias corridos para enviar as respostas.


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