SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar ronda a estabilidade nesta quarta-feira (12), com os investidores novamente de olho em importantes dados de inflação dos Estados Unidos, que podem influenciar as decisões sobre juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA).
Nesta terça-feira (11), enquanto a Bolsa brasileira disparava após a divulgação da inflação de março, os índices de ações americanos mostravam a cautela dos investidores com o comportamento dos preços por lá, fechando sem uma direção definida.
Às 9h23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a R$ 4,9993 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a R$ 5,0160.
A inflação de março, abaixo do esperado pelos economistas, fez a Bolsa disparar nesta terça-feira (11). O Ibovespa teve sua maior alta diária em mais de seis meses, com os analistas enxergando uma porta para um corte de juros pelo BC (Banco Central) com os preços em desaceleração.
O Ibovespa fechou em alta de 4,29%, a 106.213 pontos. É o maior avanço diário do índice desde o dia 3 de outubro de 2022, dia seguinte ao primeiro turno da eleição presidencial, segundo levantamento feito pela plataforma TradeMap.
O dólar comercial à vista caiu 1,16%, a R$ 5,007. Esta é a menor cotação de fechamento para a moeda americana frente o real desde junho de 2022.
Nos mercados futuros, os juros também reagiram à inflação. Nestas negociações, o mercado tenta antecipar o comportamento da Selic nos próximos anos, de acordo com o vencimento de cada contrato.
Nos contratos para janeiro de 2024, a taxa passou dos 13,22% do fechamento desta segunda-feira (10) para 13,14%. No vencimento em janeiro de 2025, os juros recuaram de 11,99% para 11,78%. Para janeiro de 2027, os juros caíram de 11,98% para 11,75%.
O índice oficial de inflação do Brasil teve pressão da gasolina em março, mas desacelerou a alta para 0,71%, após avanço de 0,84% em fevereiro.
É o que apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o novo resultado, o IPCA acumulou inflação de 4,65% em 12 meses ?o avanço era de 5,60% até fevereiro. Trata-se do menor nível desde janeiro de 2021, quando o índice estava em 4,56%.
Outro assunto que está no radar dos investidores é o novo arcabouço fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tornou-se um dos maiores apoiadores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em repetidos encontros com autoridades de Brasília, ele tem repetido que o comandante da economia tem "conversado muito, se mostrado aberto" e "razoável". Lira é peça fundamental para a aprovação das novas regras pelo Congresso.
Nos Estados Unidos, o tema principal também é a inflação, mas no caso, a expectativa pela divulgação do índice de preços ao consumidor, o CPI, referente a março nesta quarta-feira (12).
Os índices de ações em Nova York mostram que os investidores atuam em compasso de espera nesta terça-feira, aguardando o CPI para firmar um posicionamento em relação à próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), marcada para maio.
Não houve uma tendência definida entre os principais índices. O Dow Jones fechou em alta de 0,29%. O S&P 500 terminou o dia estável, enquanto o Nasdaq fechou em baixa de 0,43%.
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