SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira opera em alta nesta segunda-feira (8) ainda apoiada por otimismo do mercado com os balanços corporativos de empresas brasileiras. O dólar também sobe, recuperando-se após ter acumulado baixa de 2% na semana passada.

Às 13h40, o Ibovespa subia 1,32%, a 106.539 pontos. O dólar avançava 1,01%, a R$ 4,995.

Os mercados futuros seguiam tendência de queda. Os contratos para janeiro de 2024 iam de 13,19% para 13,17%. Os com vencimento para 2025 iam de 11,71% para 11,60%, enquanto os com vencimento em 2026 saíam de 11,37% para 11,32%. Já os para 2027 tinham alta, indo de 11,47% para 11,49%.

Impulsionavam o Ibovespa as ações da Petrobras, com alta de 1,86% nas ações ordinárias puxada pelo aumento no preço do petróleo, e a Vale, que subia 2,04% após e recuperação de contratos futuros do minério de ferro, que sinalizam otimismo sobre a demanda chinesa por aço. As duas empresas são as maiores da Bolsa e estavam entre os papéis mais negociados da sessão.

Apoiam a Bolsa, ainda, as ações do Bradesco, com alta de 2,87% nas ordinárias e 3,72% nas preferenciais, e do Itaú, que subiam 0,84% após o banco ter reportado lucro de R$ 8,4 bilhões no primeiro trimestre.

A Braskem continua em alta (4,58%) após a Novonor informar que uma proposta não vinculante envolvendo a participação de controle que detém na petroquímica, mas sem identificar os grupos envolvidos no acordo.

A empresa chegou a subir 40% na sexta (5) com notícias de que a Adnoc, petroleira árabe, estaria interessada em comprar o controle da Braskem por até R$ 37,5 bilhões.

Por outro lado, pressiona a Bolsa brasileira a queda nas ações da Eletrobras, após o governo ter pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta que declare inconstitucional parte da lei de desestatização da Eletrobras para que a União tenha voto proporcional à sua participação societária na empresa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a classificar a privatização da companhia como "bandidagem" e já havia sinalizado que buscaria mudar as regras impostas à União.

As ações ordinárias da Eletrobras, que também estavam entre as mais negociadas, tinham queda de 1,50%. As preferenciais caíam 1,85%.

Nesta semana, o mercado espera a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), prevista para terça-feira (9), e de dados sobre a inflação no Brasil, em especial o IPCA de abril, marcada para sexta (12). A expectativa é sobre o tom que o comitê vai adotar sobre o atual patamar de juros do país, que vem sendo criticado pelo governo.

"A ata do Copom deve reforçar a tese de que a nova proposta fiscal em tramitação no Congresso não será capaz de, isoladamente, baixar a inflação e justificar um alívio na Selic. Se a inflação de abril confirmar uma baixa de preços, é bastante provável que o debate sobre os juros suba de tom", dizem analistas da Levante Investimentos.

No sábado, em Londres, Lula criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao afirmar que o diretor tem compromisso com o governo anterior, e não com o Brasil. Campos Neto foi indicado à chefia da autoridade monetária por Jair Bolsonaro, em 2019.

"Ele não tem nenhum compromisso comigo. Ele tem compromisso com quem? Com o Brasil? Não tem!", disse, demonstrando irritação. "Ele tem compromisso com o outro governo, que o indicou. Isso é importante ficar claro. Ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juros alta. Porque não há outra explicação. Não há outra explicação", disse o presidente.

No exterior, os índices americanos operavam em leve queda, após balanços negativos de empresas dos EUA. O Dow Jones caía 0,23%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq desciam 0,06% e 0,07%, praticamente estáveis.

Os bancos regionais ensaiam recuperação nesta segunda após uma semana de perdas. O PacWest Bank registrava alta de 1,72%, e o Western Alliance subia 0,33%.


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