SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Petrobras informou nesta quinta-feira (11) que irá pagar R$ 1,89 por ação em dividendos aos acionistas como antecipação relativa ao exercício de 2023. O montante corresponde a um volume total de R$ 24,7 bilhões, segundo cálculos da plataforma TradeMap.

O valor veio acima do esperado pelo mercado. Os analistas da Ativa Investimentos projetavam um dividendo de R$ 16,4 bilhões, ou R$ 1,26 por ação. O anúncio fez as ações ordinárias e preferenciais da empresa fecharem em forte alta na Bolsa, com ganhos entre 2% e 3%. "A alta dos papeis só não foi maior por conta da queda do petróleo no mercado internacional", dizem os analistas da Guide Investimentos.

Com relação à remuneração aos acionistas aprovada, o montante está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)", diz a Petrobras no fato relevante, que informa também que a aprovação do pagamento é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia.

O pagamento dos dividendos por ação anunciado nesta quinta será feito em duas parcelas de R$ 0,94 cada, nos dias 18 de agosto e 20 de setembro. Terão direito ao recebimento os acionistas com posição no dia 12 de junho.

No documento, a empresa diz ainda que o conselho de administração determinou que a diretoria executiva elabore proposta de ajuste do planejamento estratégico em curso e aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações, e submeta as matérias para deliberação antes do encerramento do mês de julho de 2023.

"Assim, a companhia poderá dar um passo efetivo no sentido de diminuir a distribuição de proventos a partir de seu próximo resultado", dizem os analistas da Ativa.

Ao longo dos últimos meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado ao mercado que pretende rever a política de distribuição de dividendos da estatal, com um direcionamento maior de recursos para investimentos de expansão da operação.

Nesta quinta, o chefe do Executivo voltou a criticar a privatização da Eletrobras e disse que os Correios e a Petrobras não serão privatizados.

"Não vamos vender mais nada da Petrobras, os Correios não serão vendidos. Vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina mais barata, o óleo diesel mais barato", afirmou durante evento em Salvador.


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