SÃO PAULO SP (FOLHAPRESS) - A criadora do ChatGPT, OpenAI, anunciou nesta sexta-feira (12) que sua inteligência artificial (IA) geradora de texto passará na próxima semana a ser capaz de realizar buscas na internet, para acessar informações atuais.
Até então, o bot só entregava respostas com dados anteriores a setembro de 2021, usados no treinamento da IA. O ChatGPT, por exemplo, não responde quem é o atual campeão do Brasileirão de futebol. Ele recomenda consulta a fontes confiáveis de notícias.
O novo recurso, segundo a OpenAI, permite que o bot gere textos sobre tópicos recentes. A tecnologia ainda estará em fase de testes e disponível apenas para assinantes da versão "plus" do produto, a US$ 20 (R$ 98,46). Conforme o material divulgado pela empresa, o restante dos usuários acessará essa opção ao fim do período de avaliação.
Procurada, a OpenAI não especificou data de lançamento nem respondeu se o ChatGPT entregará links de referência, como faz o buscador da Microsoft, Bing.
A Folha tem acesso ao ChatGPT Plus e o botão para ativar as buscas já consta nas configurações da IA. O chatbot, entretanto, ainda não consegue realizar buscas nesta sexta, de acordo com as respostas entregues à reportagem.
A OpenAI anunciou essa atualização dois dias após o Google divulgar novidades na IA geradora de texto Bard, que estará integrado a aplicativos do gigante das buscas. A conferência anual Google I/O conhecida pelos lançamento foi realizada nesta quarta-feira (10).
O Google tem voltado seus esforços à IA depois de ver sua liderança no mercado de publicidade ameaçada pela Microsoft. O negócio de anúncios está avaliado em mais de US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,5 tilhões), de acordo com a Reuters.
A Microsoft investe na criadora do ChatGPT para ter inteligências artificiais da startup equipadas no pacote Office e em outros programas. O buscador Bing, por exemplo, é capaz de gerar textos e imagens a partir de pedidos dos usuários.
O Google anunciou que lançará uma nova aba no buscador para gerar resumos e avaliações sobre produtos e assuntos pesquisados, com um tom humano. Isso será feito com inteligência artificial geradora, de acordo com a vice-presidente de engenharia da empresa, Cathy Edwards.
A função pode ajudar pessoas a desviar de anúncios e páginas escritas com otimização de busca (SEO, na sigla em inglês) e conseguir respostas sucintas a dúvidas. As respostas ainda serão acompanhadas por uma lista de links ordenados segundo o tradicional ranqueamento do Google. Especialistas comentam que a mudança tem o potencial de transformar o mercado de publicidade digital baseado em cliques.
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