RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A pesquisa semanal de preços dos combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) captou poucos repasses dos cortes nos preços implantados pela Petrobras na quarta-feira (16), quando a companhia abandonou a paridade de importação em sua política de preços.

O preço médio da gasolina caiu apenas 0,5%, ou R$ 0,03 por litro. O diesel ficou 1,9%, ou R$ 0,11 por litro mais barato. E o botijão de gás terminou a semana praticamente estável em relação à anterior.

A pesquisa da agência costuma demorar a captar reajustes feitos no meio da semana, já que a coleta ocorre nos primeiros dias, mas postos têm reclamado que distribuidoras de combustíveis ainda não repassaram todo o corte das refinarias, alegando que ainda têm estoques antigos.

O governo prometeu fiscalizar o setor na próxima semana, em uma tentativa de forçar a baixa, repetindo o que fez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua gestão.

Ao anunciar sua nova política de preços, a Petrobras cortou o preço da gasolina em R$ 0,40 por litro. O diesel caiu R$ 0,44 por litro e o gás de cozinha, R$ 8,97 por botijão de 13 quilos. Disse esperar que a gasolina fosse a R$ 5,20 e o diesel, a R$ 5,18 por litro nas bombas. O botijão poderia cair a R$ 99,85.

Segundo a ANP, o preço médio da gasolina no país fechou a semana em R$ 5,46 por litro esta semana. É o menor desde janeiro de 2021, em valores corrigidos pela inflação.

O produto, porém, sofrerá pressão altista no início de junho, com o início da vigência do novo modelo do ICMS. Em julho, o governo federal deve retomar alíquotas antigas de PIS/Cofins, colocando ainda mais pressão sobre o produto.

O preço médio do diesel S-10 também fechou a semana em R$ 5,46 por litro esta semana, o menor desde outubro de 2021, também em valores corrigidos pela inflação. É a 15ª semana consecutiva de queda no preço do combustível, que representa custo importante para o transporte de carga no país.

De acordo com a ANP, o botijão de gás de 13 quilos foi vendido, em média, a R$ 108,73 esta semana, contra R$ 108,84 na semana anterior.

O preço médio do etanol hidratado caiu 2,4%, ou R$ 0,10 por litro, para R$ 3,99. O produto tem registrado pouca competitividade em relação ao derivado de petróleo e vem perdendo participação na matriz de combustíveis para veículos leves do Brasil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que a Petrobras havia segurado parte do corte na gasolina para compensar a alta de impostos federais, mas voltou atrás depois de negativa da própria estatal.

Após os cortes, os preços praticados pela estatal estão bem abaixo do conceito de paridade de importação, abandonado na nova política comercial da companhia mas usado como referência pelo setor.

De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina vendida pela estatal estava R$ 0,13 por litro abaixo da paridade internacional na abertura do mercado desta sexta (19). A defasagem do diesel era de R$ 0,23 por litro.


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