SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira fechou em queda e interrompeu uma sequência de ganhos nesta terça-feira (16), puxada por um tombo de mais de 20% nas ações da Magalu. Já o dólar teve alta e voltou ao patamar dos R$ 4,90.

O Ibovespa teve queda de 0,77%, chegando aos 108.193 pontos, enquanto o dólar subiu 1,06%, fechando o dia a R$ 4,942.

O índice chegou a registrar ganhos no início do dia, impulsionado especialmente pela Petrobras, que teve alta de 2,41% nas ações preferenciais e 2,48% nas ordinárias após a divulgação de sua nova política de preços de combustíveis.

Pesaram contra o Ibovespa, porém, as ações da Vale, que fecharam em queda de 2,17%, e da Magalu, que caíram quase 23% após a empresa ter reportado prejuízo no primeiro trimestre. As duas companhias estiveram entre as mais negociadas de sessão desta terça.

Já o dólar voltou a subir após ter fechado no menor nível em quase um ano na véspera, apoiado principalmente por dados da economia chinesa e previsões de melhora nos Estados Unidos.

A Agência Nacional de Estatísticas da China informou que a produção industrial no país cresceu 5,6% em abril em relação ao ano anterior. Analistas consultados pela Reuters projetavam alta de 10,9%. Já as vendas no varejo saltaram 18,4% em abril, mas os analistas esperavam por um crescimento de 21,0%.

"Os números ruins da economia chinesa estão valorizando o dólar e desvalorizando as moedas ligadas a commodities", comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. "As bolsas estão todas no negativo, então é um dia de aversão ao risco", acrescentou.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, teve alta de 0,16% nesta terça.

Além disso, o otimismo sobre a economia americana também apoiou o dólar.

O Departamento de Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo subiram 0,4% em abril, abaixo da estimativa de um aumento de 0,8%. Mas o núcleo das vendas no varejo, um número que exclui automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, se recuperou.

Também nesta terça, o Federal Reserve divulgou que a produção industrial dos Estados Unidos saltou em abril, impulsionada por um aumento na produção de veículos automotores.

"Os números do varejo e da indústria dos EUA indicam que a economia americana não mostra sinais de desaceleração. Além disso, é provável que a crise bancária não afete o país, porque tanto o Fed quanto os próprios bancos vão acabar equilibrando esse mercado", afirma Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group.

As discussões sobre o teto da dívida seguem levando cautela aos investidores americanos. Parlamentares realizaram uma nova rodada de negociações sobre o assunto, mas ainda não há previsão de quando a situação será solucionada.

Com isso, os índices americanos fecharam em queda. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq caíram 1,01%, 0,64% e 0,18%, respectivamente.

No Brasil, a nova política de preços da Petrobras também ajudou na alta do dólar, já que, conforme profissionais ouvidos pela Reuters, a mudança abriu a perspectiva de que a inflação possa ceder mais rapidamente, o que favorece a queda da taxa básica Selic, hoje em 13,75% ao ano.

Assim, a diferença entre a Selic e os juros praticados no exterior -chamado diferencial de juros- pode diminuir, o que pressupõe a entrada de menos dólares no Brasil. Esta avaliação também ajudou a sustentar a alta do dólar ante o real.

Já os mercados futuros continuam registrando alta. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 foram de 13,30% para 13,31%. Os para 2025 saíram de 11,67% para 11,73%, e os para 2026 subiram de 11,12% para 11,22%.


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