SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta (26) que o programa voltado à redução dos impostos para carros populares, anunciado pelo governo na quinta (25), é uma medida transitória, de curto prazo, enquanto não se inicia o ciclo de corte de juros no Brasil.
Em entrevista à GloboNews, Haddad afirmou que o programa tem o objetivo de dar uma resposta rápida para o problema dos pátios das concessionárias, que segundo ele estariam lotados em meio a um cenário de crédito restritivo por conta do patamar elevado da taxa básica de juros, a Selic.
Questionado sobre o tempo de duração do programa, Haddad afirmou que deve durar muito menos de 12 meses, já que o Brasil já estaria para iniciar o corte da taxa Selic, argumentou.
"Estamos começando o ciclo de redução dos juros brevemente, o próprio presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] tem dito que as coisas estão se alinhando nesse sentido", afirmou o ministro.
A fala, contudo, diverge das declarações públicas de Campos Neto, que tem reiterado preocupação com o processo lento de desaceleração da inflação no país.
Haddad também rebateu projeções de especialistas que calculam uma renúncia fiscal de R$ 8 bilhões com o programa do carro popular. "Não chega a um quarto desse valor", afirmou o ministro.
Com relação às críticas de que a medida vai diminuir a arrecadação sem atender as camadas mais pobres da sociedade, Haddad argumentou que o governo busca atingir todas as classes sociais, e não apenas a sua base eleitoral tradicional.
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