RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O consumo das famílias brasileiras cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2023, ante o quarto trimestre de 2022, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado integra o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto), que no primeiro trimestre de 2023 cresceu 1,9% em relação ao trimestre anterior, acima das expectativas. Do ponto de vista da demanda, o PIB foi puxado pelo setor externo (exportações e importações) e pelo aumento dos estoques, devido à parte da safra agrícola que não foi exportada.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o consumo das famílias registrou alta de 3,5%. Segundo o IBGE, esse resultado foi influenciado pelo aumento na massa salarial real, pelo aumento do crédito e pela inflação em patamares menores.
O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda -ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do indicador.
No primeiro trimestre, o consumo teve estímulo de medidas como a volta do Bolsa Família. O programa social foi relançado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em substituição ao Auxílio Brasil e com previsão de pagamentos adicionais.
A retomada do mercado de trabalho, apesar dos sinais recentes de perda de ritmo, também foi apontada por analistas como um fator de impacto sobre o consumo.
Os juros altos, por outro lado, jogam contra os gastos das famílias, já que os empréstimos ficam mais caros. Essa situação também afeta as empresas, que têm de gastar mais para financiar investimentos.
Investimentos
Nesta quinta, o IBGE informou que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 3,4% no primeiro trimestre de 2023, ante o quarto trimestre de 2022.
Em relação ao mesmo período de 2022, o investimento avançou 0,8%. O crescimento das importações de bens de capital e o desempenho positivo da construção mais que compensaram a queda na produção interna de bens de capital, segundo o IBGE.
Newsletter Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. *** Os investimentos ainda estão 15% abaixo do pico da série histórica, que foi registrado no 2º trimestre de 2013.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2023 foi 17,7% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (18,4%). Já a taxa de poupança ficou em 18,1%, ante 17,4% no mesmo período de 2022.
A variação de estoques cresceu 24% em termos nominais em relação ao mesmo período do ano anterior, também contribuindo positivamente para o crescimento.
**GOVERNO E EXPORTAÇÕES**
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo. O consumo do governo avançou 0,3% de janeiro a março.
As exportações tiveram baixa de 0,4% no primeiro trimestre. Já as importações recuaram 7,1% no mesmo período.
Entre as exportações de bens, as maiores contribuições positivas foram: extração de petróleo e gás; produtos alimentícios; extração de minerais; derivados do petróleo e serviços.
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