SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diante da nova política do governo Lula para incentivar a compra de carros, formalizada na segunda-feira (5), concessionárias de São Paulo começaram a reduzir o preço de veículos zero-quilômetro.
Além dos modelos populares -que são o foco do programa-, veículos da linha premium também passaram a ser comercializados com desconto.
Na Jeep Dahruj de Sumaré, um dos vendedores afirma que a versão Sport do Renegade entrou em promoção nesta terça-feira (6) e agora está sendo vendido por R$ 115.990 -o preço anterior era de R$ 134.990.
Rafael Sestenari, gerente de uma concessionária da Chevrolet no Itaim Bibi, afirma que desde o fim de semana o preço do Spin automático vendido na loja passou de R$ 115 mil para R$ 99.990.
Também houve impacto para o S10, carro que era vendido a R$ 294.670, segundo ele, e agora baixou para R$ 220 mil. Sestenari diz que a queda nos preços é uma antecipação da marca para atrair clientes, mas ainda não reflete a redução de impostos.
"O ônix, por exemplo, que é um carro um pouco mais simples, não teve alteração ainda. E a pessoa que quer comprá-lo está esperando para ver o que vai acontecer. Então fica nesse banho-maria até a definição", diz Sestenari.
Em Pinheiros, uma concessionária da Renault Carrera já vende o Kwid Zen a R$ 58.990, uma redução de R$ 10 mil na comparação com o valor sugerido antes da medida do governo federal. O novo preço começou a valer a partir desta terça, de acordo com o gerente da loja, Erivan da Costa.
Ainda segundo ele, também é esperada queda de R$ 5.000 no preço do Stepway 1.0, que hoje é comercializado por R$ 79.990.
Erivan afirma que as vendas ainda estão paradas, porque os clientes esperam novas informações e descontos para comprar um carro novo. "Está recente. O pessoal está confuso. Saindo a ação comercial, a gente vai ligar para os clientes e aí vamos ver como está o termômetro. Mas continua parado", afirma.
Em uma concessionária da Fiat de Sumaré, o gerente, Márcio Chadi, diz que nesta quarta-feira (7) a montadora deve divulgar se haverá reduções.
"A Fiat está sendo bem assertiva. A gente ainda não tem esse parâmetro real de desconto. Amanhã a gente vai ter."
Gerentes de concessionárias da Hyundai, da Citröen e da Peugeot disseram à reportagem que, até a tarde desta terça, ainda não tinham baixado os preços dos carros populares.
Na segunda, o governo Lula detalhou como será a medida para o carro popular. Inicialmente, o foco da política eram os carros de até R$ 120 mil, mas nos últimos dias o governo decidiu contemplar também caminhões e ônibus. Uma MP (medida provisória) foi assinada pelo presidente para implementar os benefícios, e as montadoras poderão aplicar os descontos a partir da publicação da norma. O programa terá duração de até quatro meses.
O governo confirmou também a retomada parcial da tributação sobre o diesel para compensar a renúncia fiscal. A alíquota sobre o combustível, que ficaria zerada até 31 de dezembro de 2023, vai subir a R$ 0,11 por litro a partir de setembro.
Num primeiro momento, o Mdic informou que a redução nos preços finais ficaria entre 1,5% e 10,96%.
Após conversas com o Ministério da Fazenda, porém, o programa foi redesenhado, e a desoneração direta de tributos deu lugar a um novo modelo.
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