SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após o feriado de Corpus Christi manter os mercados fechados na quinta-feira (8) no Brasil, o dólar inicia a sessão em queda moderada frente ao dólar no último pregão da semana. Investidores aguardam a decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, BC dos EUA) da semana que vem.

Às 9h03 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a R$ 4,9161 na venda. Na B3, às 9h03 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,28%, a R$ 4,9385.

No pregão de quarta-feira (7), o dólar teve alta de 0,26%, a R$ 4,925, em meio a expectativa em relação à próxima decisão de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

A maioria dos operadores de mercado americanos prevê que o Fed deve manter as taxas de juros do país inalteradas em sua próxima reunião, mas dados mistos sobre a economia americana ainda causam incerteza no mercado, com boa parte dos investidores apostando numa nova alta de 0,25 ponto percentual.

"Há uma divisão dentro do Fomc [comitê que toma decisões sobre os juros nos EUA]. Parte dos membros sinalizou que desejava continuar subindo os juros, enquanto uma outra parte desejava mais tempo para analisar os efeitos defasados da política monetária", diz Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro capital.

A gestora prevê que o Fed não elevará os juros na próxima reunião, mas deve utilizar seu comunicado para sinalizar novas altas neste ano.

Um cenário de estabilidade próximo tende a pressionar o dólar, já que a moeda seria beneficiada por um aumento das taxas de juros, que torna a renda fixa dos EUA mais atrativa. Uma nova alta, na lógica inversa, apreciaria o dólar.

Já a Bolsa brasileira marcou na ocasião o quinto pregão seguido de alta, após a divulgação de dados positivos de inflação no Brasil, que vieram abaixo do esperado em maio e reforçaram apostas de um corte antecipado da Selic (taxa básica de juros) no segundo semestre deste ano.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na quarta que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do Brasil, desacelerou a 0,23% em maio, após alta de 0,61% em abril. No acumulado de 12 meses, o índice registra alta de 3,94%, menor nível desde outubro de 2020.

Os dados surpreenderam positivamente o mercado, que projetava alta de 0,33% no mês, e reforçaram as projeções desencadeadas pelo IPCA-15 sobre o início de um corte de juros no Brasil no segundo semestre deste ano.

Segundo o último boletim Focus, divulgado na segunda (5), o mercado prevê que a Selic será reduzida em 0,50 ponto percentual em setembro, contra 0,25 ponto estimado antes. Boa parte das casas, porém, aposta num corte de juros já em agosto, visão reforçada pelos dados recentes de inflação.

Um deles é o Bank of America, que afirma que os novos dados de inflação reforçam suas projeções de corte na Selic em agosto. Já o Bradesco e a BTG mantiveram suas previsões para setembro, mas dizem reconhecer a possibilidade de uma antecipação.

Um corte antecipado da Selic poderia impulsionar ainda mais os ativos locais, tanto por tornar a renda variável mais atrativa quanto por permitir que empresas tenham o acesso a crédito facilitado, apoiando investimentos.


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