SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em estabilidade nesta quinta-feira (22) após o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC ter decidido manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano, em linha com o esperado por analistas.

O mercado foi pego de surpresa, porém, pelo tom do comitê ao divulgar sua decisão, já que esperava que o BC desse sinalizações de que um corte da Selic poderia acontecer em agosto, na próxima reunião do Copom.

Em comunicado, o BC não só não deu sinais de uma possível redução de juros como afirmou que o atual cenário demanda "cautela e parcimônia" e que há necessidade de "paciência e serenidade. O colegiado do BC, porém, suavizou levemente o comunicado ao descartar a mensagem que falava sobre a possibilidade de voltar a elevar a Selic se o processo de desinflação não transcorresse como esperado.

Às 9:11 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,06%, a R$ 4,7654 na venda. Na B3, às 9h11 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,06%, a R$ 4,7720.

Antes da decisão do Copom, a Bolsa brasileira fechou acima dos 120 mil pontos na quarta (21), chegando a seu melhor nível de fechamento desde abril de 2022, em meio a expectativa do mercado com a decisão do Banco Central (BC) sobre a Selic (taxa básica de juros) e impulsionada pelas ações da Petrobras.

Já o dólar voltou a cair e renovou seu menor valor do ano após um discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) no Congresso americano. A moeda segue pressionada pelo diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente com a pausa do aperto monetário promovida pelo Fed na semana passada.

Com isso, o Ibovespa teve alta de 0,66%, atingindo os 120.420 pontos, enquanto o dólar caiu 0,60%, cotado a R$ 4,768.

A alta da Bolsa foi impulsionada pelas ações da Petrobras, que subiram 4,25% em dia de subida do petróleo no exterior e após os papéis da petroleira terem recomendação de compra elevada pelo Goldman Sachs na terça. Altas da PetroRio (6,94%), do Itaú (0,97%) e do Banco do Brasil (3,15%) também apoiaram o Ibovespa.

Na outra ponta, o índice foi pressionado por queda de 0,90% nas ações da Vale, impactada pela queda do minério de ferro no exterior, e de 6,54% na Embraer, que registra perdas desde a véspera após projetar maiores custos de voos ao longo dos próximos anos.

Os juros futuros, em especial os de prazo mais curto, tiveram leve alta. Os contratos com vencimento para janeiro de 2024 foram de 12,99% para 13,03%, enquanto os para 2025 saíram de 11,07% para 11,11%.

Nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou em depoimento no Congresso americano que as pressões inflacionárias do país continuam elevados e afirmou que ainda há um "longo caminho" a ser percorrido até que a inflação americana seja estabilizada na meta de 2% da autoridade monetária.

O discurso de Powell gerou preocupação no mercado sobre uma possível nova alta nos juros americanos, derrubando os índices acionários do país. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq tiveram queda de 0,30%, 0,52% e 1,21%, respectivamente.


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