SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em estabilidade nesta terça-feira (27) com investidores digerindo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta manhã. No documento, o BC (Banco Central) sinalizou que a maioria dos membros do comitê vê a possibilidade de iniciar o afrouxamento monetário na próxima reunião, em agosto, como espera o mercado.
Às 9h08 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,17%, a R$ 4,7745 na venda. Na B3, às 9h08 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, a R$ 4,7775.
Segundo a ata do último encontro, divulgada nesta terça, houve uma divergência de opiniões em relação à sinalização dos próximos passos, com uma minoria optando por uma postura mais cautelosa.
A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", apontou o documento.
Investidores aguardam, ainda, a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça.
Na segunda (26), o dólar aprofundou perdas e caiu 0,20%, renovando seu menor patamar do ano ao fechar o dia cotado a R$ 4,767. O desempenho da moeda americana ante o real vem sendo afetado pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e pelas projeções otimistas para a economia brasileira, reforçadas pela diminuição das expectativas de inflação no boletim Focus desta semana.
A Bolsa brasileira também registrou queda, ainda impactada por um movimento de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que tiveram forte valorização para efetivar os ganhos, após as altas sucessivas registradas no início do mês. O cenário externo de aversão ao risco também pressiona ativos locais.
Com isso, o Ibovespa recuou 0,61% nesta segunda, a 118.242 pontos.
Os mercados de juros tiveram leve queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 saíram de 11,02% para 11,00%, enquanto os para 2026 foram de 10,39% para 10,35%. Os juros para 2024 mantiveram-se estáveis.
A queda vem após o Ibovespa acumular até a última sexta-feira um ganho de quase 10% em junho, em boa parte apoiado no fluxo de capital externo para as ações brasileiras, que está positivo em R$ 6,87 bilhões no mês até o dia 22.
A ação que mais caiu no pregão foi a Locaweb, que registrou forte valorização em sessões recentes e sofreu um corte de recomendação de compra pelo JPMorgan. A empresa recuou 9,58% nesta segunda.
Pressionaram o Ibovespa, ainda, quedas de Bradesco (0,48%) e PetroRio (3,06%), que ficaram entre as mais negociadas da sessão.
Na outra ponta, atenuaram a queda do índice as ações da Petrobras, que subiram 2,25% em dia de alta do petróleo no exterior. A petroleira também foi apoiada por um reforço de recomendação de compra da XP e pela emissão de títulos de dívida no exterior de US$ 1,25 bilhão (R$ 5,9 bilhões) lançada nesta segunda.
A Vale, que começou o dia em queda, teve leve alta de 0,09%.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários também registraram quedas. O S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,45% e 1,16%, respectivamente, enquanto o Dow Jones terminou o dia estável.
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