SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (28) após ter registrado alta com a repercussão da ata do Copom e de novos dados de inflação no Brasil, divulgados na véspera.

A ata do Copom divulgada na terça (27) mostrou que a maioria dos integrantes do comitê defende um corte de juros já em agosto, em sua próxima reunião, se a inflação continuar caindo.

Às 9h03 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,52%, a R$ 4,8236 na venda. Na B3, às 9h03 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, a R$ 4,8230.

A perspectiva de o dólar ganhar força ante o real num cenário de redução de juros no Brasil, diante do encurtamento da distância entre as taxas de juros brasileira e americana, apoiou a divisa ao longo do dia.

O dólar também passa por um momento de correção após ter registrado perdas sucessivas nas últimas semanas.

Bolsa brasileira caiu e fechou abaixo dos 118 mil pontos na terça-feira, enquanto o dólar subiu ante o real, após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e dos dados de inflação medidos pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) referentes a junho.

Apesar de a ata do Copom ter reforçado as projeções de corte na Selic (taxa básica de juros) em agosto, o que beneficiaria empresas brasileiras, a Bolsa foi afetada novamente por um movimento de realização de lucros.

Com isso, o Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,60%, a 117.522 pontos, e o dólar subiu 0,62%, fechando o dia cotado a R$ 4,797.

Os mercados de juros futuros registraram leve queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 saíram de 13,00% para 12,97%, enquanto os para 2025 foram de 10,97% para 10,95%.

Com a indicação de corte de juros próximo, o dólar reverteu as perdas do início do dia e passou a subir ante o real. A moeda brasileira tende a se beneficiar de juros mais altos, que oferecem maiores retornos para a renda fixa brasileira e, consequentemente, atraem recursos para o país.

O desempenho do real ante o dólar também foi impactado pelo cenário externo, sob temores de novas altas de juros em economias desenvolvidas.

Apesar do cenário positivo, a Bolsa brasileira teve queda e fechou abaixo dos 118 mil pontos nesta terça, ainda impactada por realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que tiveram forte valorização para consolidar seus ganhos.

A maior pressão do índice veio da Petrobras, que registrou queda de 0,57% em suas ações ordinárias e 0,71% nas preferenciais em dia de fraqueza do petróleo no exterior. Quedas de Assaí (5,61%), Localiza (1,36%) e Itaú (1,53%), que ficaram entre as mais negociadas da sessão, também puxaram o Ibovespa para baixo.

O GPA voltou a registrar forte queda de 4,89%, após a notícia de que o Casino --que detém 40,9% do capital da varejista-- pode vender sua participação na companhia para reduzir sua dívida e garantir sustentabilidade econômica.

As ações da Vale, que subiram 1,30%, atenuaram a queda da Bolsa. A companhia foi a única a registrar alta entre as mais negociadas da sessão, beneficiada pelos contratos futuros do minério de ferro no exterior.


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