SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do conselho de administração do BTG Pactual, André Esteves, afirmou que a reforma tributária é um importante passo a ser dado para melhorar a produtividade da economia e o ambiente de negócios para as empresas brasileiras.

"A reforma tributária, ainda mais em um sistema caótico como o brasileiro, pode trazer muito benefício", afirmou Esteves nesta quarta-feira (28) durante evento promovido pelo banco.

As declarações de Esteves vêm na mesma direção da expressada na véspera pelos presidentes do Bradesco e do Itaú, que também defenderam a aprovação da reforma tributária.

O presidente do conselho do BTG acrescentou que espera que a reforma simplifique o sistema tributário no país, sem aumentar os impostos cobrados das pessoas e empresas.

Em linhas gerais, a reforma tributária indica que se encaminha rumo a uma direção boa, mas ainda é preciso ver como ela será, de fato, aprovada, disse Esteves. É preciso "ter certeza que não vamos sair do caos que estamos para outro tipo de caos. Tem que sair para uma forma mais simples, senão não vale a pena mudar", disse Esteves.

O executivo afirmou também que o arcabouço fiscal, se não garante uma estabilidade eterna da dívida, garante ao menos uma trajetória razoável do endividamento federal.

O risco de o Brasil passar por algum tipo de estresse econômico maior, com a possibilidade de se aproximar da situação de vizinhos como a Argentina, "vai morrendo com esse novo arcabouço fiscal", disse.

Esteves afirmou que, após os primeiros meses do governo, com alguns ruídos entre ministros e o presidente Lula (PT), as últimas semanas passaram a indicar uma "direção econômica de responsabilidade".

O banqueiro disse também que espera que o início do ciclo de corte dos juros comece na reunião de agosto do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, em linha com a própria sinalização indicada pela autoridade monetária na ata divulgada na véspera.

Até a próxima reunião do Copom, daqui cerca de cinco semanas, Esteves avalia que os dados de inflação devem seguir comportados, enquanto os números de atividade econômica relacionados a consumo, produção e crédito devem apresentar algum desaquecimento.

Nesse quadro macroeconômico, e frente ao patamar bastante elevado de 13,75% ao ano da Selic, o presidente do conselho do BTG afirmou que cortes de 0,50 ponto percentual seriam mais adequados do que reduções de 0,25 ponto.


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