SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Das cerca de 163,3 bilhões de transações bancárias realizadas em 2022, 77% delas foram realizadas por meio de canais digitais, como mobile banking, internet banking e WhatsApp, segundo dados da "Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária".

De acordo com a Febraban, o resultado decorre de um expressivo aumento na utilização dos dispositivos móveis, tanto para a realização de transações financeiras -transferências via Pix e pagamento de contas- quanto para as transações sem movimentação financeira -consultas de saldos e extratos em contas correntes, cartões e investimentos, e para a solicitação de comprovantes e agendamento de pagamentos ou transferências.

A quantidade de operações registradas pelos bancos em 2022 foi recorde e representou um crescimento de 30% na comparação com o ano anterior.

O resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes em bases anuais, alcançando 107,1 bilhões de transações.

"Os resultados reforçam, mais uma vez, que a cada ano temos mais adesões de brasileiros pelos canais digitais, demonstrando a inovação, segurança, acessibilidade e confiabilidade destes meios nas transações bancárias do dia a dia. Os bancos tornaram mais democrático o acesso aos serviços financeiros, estão mais próximos de seus clientes, fruto de um robusto investimento em tecnologia feito anualmente e que em 2023 deve chegar a R$ 45 bilhões", afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban.

Liberado pelo Banco Central como meio de pagamento em março de 2021, o WhatsApp registrou 56,2 milhões de transações no ano passado, um crescimento de 531% ante as 8,9 milhões do ano anterior. Do total de operações via WhatsApp, 37% se referem às operações via Pix e 29% às renegociações de dívidas.

"Os números [de transações via WhatsApp], mesmo que ainda pouco expressivos, demonstram uma tendência de maior adoção do canal pelos usuários de serviços bancários", destaca a Febraban no relatório.

O levantamento foi realizado pela Deloitte entre abril e maio de 2023 e ouviu 18 bancos que representam 86% dos ativos da indústria bancária do país.

Na quebra da composição das transações por canal, os dados da pesquisa mostram que 93% das contratações de crédito são realizadas via canal digital, sendo 83% por mobile banking e 10% por internet banking.

As agências lideram quando se trata da contratação de seguros, com 75% das operações. De acordo com a Febraban, a contratação de seguros envolve a proteção de ativos valiosos, como automóveis, residências e saúde e, neste sentido, os clientes podem preferir um atendimento mais pessoal, no qual têm a oportunidade de tirar suas dúvidas diretamente com um profissional especializado.

Já os saques são feitos majoritariamente por meio dos ATMs, também com 75% do total.

Na quebra por tipo de usuário, a pessoa física demonstra maior preferência pelo mobile banking, com 94,2 bilhões de transações por meio do canal em 2022, um acréscimo de 55%. Entre as pessoas jurídicas, o mobile banking somou 12,9 bilhões de operações no ano passado, um aumento de 47%.

"A tendência é que, conforme a experiência de usuários PJ seja aprimorada dentro dos dispositivos móveis, o número de movimentações por este canal também cresça", destaca a federação.

No caso do internet banking, a figura se inverte. As pessoas físicas realizaram 4,8 bilhões de transações pelo canal em 2022, queda de 22%, enquanto entre as pessoas jurídicas 13 bilhões, alta de 43%.

Segundo a federação dos bancos, a preferência pelo internet banking entre os clientes PJ pode ser explicada pela maior comodidade da plataforma, além de suas funcionalidades, que se integram às rotinas administrativas das empresas.

Volume de transações e usuários do Pix crescem 105% e 24% em 2022

O relatório mostra ainda que o Pix tem aumentado de maneira acelerada como meio utilizado para a realização de transações financeiras. Em 2022, o volume alcançou 11,7 bilhões de operações, um aumento de 105% ante 2021.

No mesmo período as transferências via DOC e TED tiveram queda de 29%, para 1,6 bilhão. No início de maio, a Febraban anunciou que os bancos associados à entidade deixarão de oferecer as operações de transferência via DOC até 29 de fevereiro de 2024.

"O Pix já é considerado uma solução de pagamento madura e melhor consolidada no mercado. Mesmo assim, mantém fôlego de crescimento: de um ano para o outro, atingiu 88,7 milhões de usuários, com aumento de 24% em relação a 2021", diz a Febraban.

Rodrigo Mulinari, diretor do comitê de inovação e tecnologia da Febraban, afirma que, desde que o Pix entrou em funcionamento, os volumes significativos de transações e de adesões de clientes à ferramenta de pagamento instantâneo comprovam a eficiência e aceitação do meio de pagamento.

"Com a expansão de novas modalidades previstas na agenda regulatória, avaliamos que as transações tendem a aumentar e fazer com que comércios e serviços ampliem a utilização da ferramenta como meio de pagamento", disse Mulinari.

Um novo sistema de pagamentos ligados ao Pix começará a funcionar em abril de 2024. Chamada de "Pix automático", a modalidade vai permitir que clientes quitem despesas recorrentes sem precisar autenticar cada transação.

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