SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O desafio do Threads após atingir 100 mi de usuários, agro transforma cidades do país e o que importa no mercado neste terça-feira (11).
**5 DIAS DE THREADS, 100 MILHÕES DE USUÁRIOS**
Cinco dias desde seu lançamento, o Threads atingiu 100 milhões de usuários, tornando-se a mais rápida plataforma a atingir esse patamar.
O app criado pela Meta para rivalizar com o Twitter superou o ChatGPT, da OpenAI, que chegou à marca dois meses após ter sido liberado aos usuários.
Sim, mas? Quando falamos de faturamento com anúncios, o que mais importa não é o total de usuários, mas o número de pessoas que acessam frequentemente a plataforma.
Isso quer dizer que o maior desafio da Meta hoje é convencer o usuário que veio do Instagram de que o app de textos merece entrar em sua rotina.
Mark Zuckerberg, CEO da companhia, disse que a empresa só vai pensar em monetização quando houver um caminho claro para 1 bilhão de usuários.
O Twitter, principal concorrente, disse em uma apresentação em junho ter 535 milhões de usuários mensais ativos, segundo o Wall Street Journal.
Baque na rede do passarinho: o jornal americano também mostra que duas empresas de monitoramento de acessos identificaram uma queda de visitas no Twitter desde que o Threads chegou ao ar.
Nos primeiros dois dias, o tráfego no Twitter caiu 5% em comparação com os mesmos dias da semana anterior, de acordo com o SimilarWeb, que rastreia a atividade online. Ano a ano, as visitas caíram 11%.
Matthew Prince, CEO da Cloudflare, tuitou no domingo "Tráfego do Twitter diminuindo" ao lado de um gráfico mostrando um declínio no ranking da plataforma em relação a principais sites da internet.
**AGRO ALÉM DO PIB**
Além de ter puxado a alta do PIB brasileiro no primeiro trimestre, o agro também transforma cultura e as cidades no Brasil, eleva a renda de alguns estados acima da média, diminui a desigualdade e atrai nova onda de migrantes atrás de oportunidades.
Em números: o bom desempenho na economia dos estados mais ligados ao campo vai além da super safra esperada para este ano.
Em 16 anos, os PIBs de Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Rondônia cresceram bem acima de vários estados ?e mais que o dobro em relação ao paulista. Hoje, 25% do PIB brasileiro vêm do agronegócio.
O setor emprega diretamente 20% dos brasileiros e é um dos responsáveis pelas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil serem as únicas que apresentaram crescimento populacional maior do que a média nacional, segundo o último Censo.
O segredo do sucesso do agro brasileiro passa pela produtividade, em um processo que começou com a criação da Embrapa, há 50 anos. A estatal enviou técnicos a várias partes do mundo para estudar e pesquisar diferentes técnicas de manejo e plantio.
Nas duas últimas décadas, a produtividade total dos fatores da agricultura brasileira cresceu 3,2% ao ano, em média, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. Na China, a alta foi de 2%; nos EUA, de 0,5%.
Sim, mas? O setor segue controverso no Brasil, e sua imagem sofre arranhões em casos ligados a desmatamento e trabalho escravo.
O agronegócio respondeu, no ano passado, por 87% das 2.575 pessoas resgatadas em situação análoga à de escravidão, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Há ainda trocas de acusações entre ruralistas, majoritariamente bolsonaristas, e o Ministério do Meio Ambiente e ONGs da área sobre desmatamento e uso de agrotóxicos.
Mais sobre avanço do agro no país
Veja como o Mato Grosso, uma terra desbravada por pioneiros na década de 1970, hoje vive um boom e importa trabalhadores de vários estados.
Entre as startups, o bom desempenho do setor é mais recente, mas vem atraindo cada vez mais os investidores.
No ano passado, quando o investimento no mercado caiu 50% no país em relação a 2021, as agtechs (startups do agro) foram na contramão e viram o volume de aportes multiplicar por cinco.
Os dados foram levantados pela Folha na plataforma Sling Hub, que reúne informações sobre o ecossistema de startups na América Latina.
**BOMBOM OU WAFER: AS DISPUTAS DO CAOS TRIBUTÁRIO**
O atual emaranhado de normas e leis tributárias no Brasil já motivou longos e custosos confrontos jurídicos apenas para definir se barrinhas de cereais são flocos de cereais ou se a farinha de rosca pode ser classificada como pão.
Isso porque, a depender da classificação de um item, ele pode ter a carga tributária elevada ou reduzida.
Um dos casos emblemáticos é o do Sonho de Valsa, famoso doce consumido pelos brasileiros.
Em 2019, a Lacta, fabricante do produto, alterou sua composição e embalagem para que ele deixasse de ser classificado como bombom e passasse a ser denominado como um "wafer".
A estratégia teve mais a ver com o setor financeiro do que com o marketing: a lei brasileira cobrava na época 5% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre chocolate, enquanto a alíquota para o wafer é zerada.
Esse tipo de discussão é um dos que a Reforma Tributária pretende acabar a partir da adoção do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) ?o que pode ficar ameaçado com o acúmulo de exceções na PEC que agora chega ao Senado.
Veja casos que geraram discussões sobre tributação de bens e serviços no Brasil:
Barrinhas de cereais são flocos de cereais (isentos) ou produtos de confeitaria (IPI de 5%)? A decisão foi pela cobrança de 5%.
Pão inteiro é isento de PIS/Cofins. E a farinha de rosca (feita de pão moído)? O STJ julgou que a isenção não era pertinente, pois o alimento não compõe a cesta básica.
Os Crocs são calçados impermeáveis ou calçados com parte superior em tiras de plástico ou borracha? Decisão: não são impermeáveis, portanto, se aplica tarifa antidumping.
As empresas mudam composição do produto para "transformar" perfume (IPI de 42%) em água de colônia (12%) e hidratantes (22%) em desodorante (7%).
Mais sobre reforma tributária:
Financiamento de USP, Unesp e Unicamp muda com nova cobrança de imposto.
Líder do governo no Senado levanta possibilidade de fatiar proposta para aprovar mais rápido trechos em consenso.
ROBÔ DE TRANSCRIÇÃO DE ÁUDIO MAIS BAIXADO É BRASILEIRO
O criador do modelo de transcrição de áudio mais baixado do mundo é brasileiro.
O robô desenvolvido por Jonatas Grosman já teve mais de 71,9 milhões de downloads na plataforma de compartilhamento de códigos de inteligência artificial Hugging Face, mostra o UOL .
Para que serve: para diversas atividades, desde transcrição de entrevistas até produção de legendas automáticas no Youtube.
O uso é gratuito e baseado no Open Source, uma espécie de comunidade em que os criadores disponibilizam seus produtos inclusive para quem quiser usá-los comercialmente.
Quem é Jonatas: após completar o mestrado em processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês), técnica para entender o conteúdo de mensagens, o pesquisador teve que interromper o doutorado no mesmo tema na PUC-Rio para tratar de um câncer.
Foi durante o tratamento que Jonatas viu um trabalho da equipe de IA do Facebook (hoje Meta) com um programa de reconhecimento de fala para transcrever áudio.
Em 2021, numa competição de Open Source, ele construiu os melhores modelos de reconhecimento de fala para treinar robôs a entender idiomas como Inglês, Espanhol, Português, Russo, Alemão, Francês, Italiano e Polonês.
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