SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Maior negócio dos games avança, por que deflação de junho derrubou Bolsa e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (12).
**PRÓXIMA FASE**
O negócio envolvendo a compra da produtora de jogos Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões teve uma importante reviravolta nesta terça (11).
Uma juíza federal americana rejeitou o questionamento da FTC (órgão antitruste e de defesa do consumidor americano) e deu luz verde à transação anunciada no ano passado como a maior da história dos games.
Logo depois, a CMA (Autoridade de Concorrência e Mercados) do Reino Unido, que havia rejeitado o negócio em abril, disse que poderia pausar o processo de apelação para considerar uma proposta da Microsoft que atendesse às suas preocupações.
Em reação aos dois anúncios, as ações da Activision Blizzard fecharam em alta de 10%, a US$ 91, mais próximas dos US$ 95 oferecidos pela Microsoft no ano passado. Os papéis da big tech fecharam estáveis.
RELEMBRE
As autoridades britânicas haviam recusado o acordo com o argumento de que ele daria uma vantagem desleal para a fabricante do Xbox no ainda incipiente mercado de "cloud gaming" (jogos na nuvem, entenda aqui).
Na União Europeia, a decisão foi diferente. As autoridades disseram que os acordos anunciados pela Microsoft com as concorrentes Nvidia (nuvem), Nintendo (console) e o compromisso de licenciar o "Call of Duty" para o PlayStation da Sony por dez anos resolvem o problema.
E AGORA?
Pelo acordo firmado em 2022, o negócio teria de ser fechado até o dia 18 deste mês, o que parece difícil diante da disputa no Reino Unido.
Se as empresas decidirem por prorrogar o prazo, os termos do negócio podem ser rediscutidos, e a Activision teria condições de pedir mais dinheiro, disseram analistas ao Wall Street Journal.
**DEFLAÇÃO EM JUNHO, MAS...**
O IPCA teve deflação (queda de preços) de 0,08% em junho, informou o IBGE nesta terça.
Em números: a queda para o mês é a maior desde 2017 e o resultado veio próximo do que o mercado calculava (-0,10%). Em 12 meses, a inflação avançou 3,16%.
REAÇÃO
Parte dos analistas vê o índice deste ano acabando dentro do teto da meta estabelecido (4,75%), considerando que os preços devem subir daqui até dezembro na comparação com os meses que antecederam a eleição no ano passado.
Apesar da deflação, a aposta no mercado para a próxima reunião do Banco Central sobre juros, em agosto, se manteve: de corte de 0,25 ponto percentual.
O que explica a inflação de junho e a reação do mercado:
1 - O que puxou a queda: os grupos alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%).
No primeiro, destaque para alimentação no domicílio (-1,07%), com óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%).
No segundo, influência do recuo dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%), na esteira do programa do governo de incentivo a carros populares.
2 - Serviços ainda preocupam: puxado pela alta nas passagens aéreas (10,96%, após baixa de 17,73% em maio), o setor subiu 0,62% em junho.
O avanço dos preços dos serviços é olhado de perto pelo BC porque esses itens tendem a demorar mais para cair ?essa é a principal razão para o mercado projetar queda de 0,25 ponto na Selic, não 0,50, como quer o governo.
- O resultado fez os juros futuros de curto prazo subirem, e a Bolsa cair.
**REGRAS SOBRE COMPRAS DO EXTERIOR GERAM CRÍTICAS**
As novas regras de tributação para compras internacionais anunciadas por governo federal e estados geraram reclamações de consumidores e de varejistas brasileiras, mas por motivos diferentes.
ENTENDA
- A regra: o governo federal anunciou no fim do mês passado que as compras internacionais de até US$ 50 passarão a ser isentas a partir de 1º de agosto desde que a empresa de comércio eletrônico faça parte do programa Remessa Conforme, da Receita Federal.
A ideia é que as plataformas declarem os tributos antes do envio das mercadorias, para facilitar a cobrança. Os produtos acima de US$ 50 ficariam bloqueados e só seriam liberados após o pagamento de imposto pelo consumidor.
- A crítica: as empresas nacionais dizem que a isenção pode afetar a competitividade e argumentam que elas têm de pagar impostos na fabricação do produto dentro do país.
- A regra: os estados definiram a alíquota padrão de 17% do ICMS sobre compras internacionais.
Segundo o Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda), a cobrança valerá apenas sobre as remessas acima de US$ 50, já incluindo frete, seguro e outros encargos.
- A crítica: quem compra com frequência em sites como Shein e Shopee teme por aumento de preços nas encomendas acima de US$ 50. Além do atual imposto de importação federal de 60%, haveria a cobrança de 17% do ICMS.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
REFORMA TRIBUTÁRIA
Reforma Tributária pode ganhar trava para alíquota do novo imposto no Senado. Senador Eduardo Braga defende patamar mínimo e máximo para cobrança de tributos criados na PEC.
SANEAMENTO NO BRASIL
Governo fecha acordo sobre decreto do saneamento e evita derrubada no Senado. Novo texto não terá mais brecha que dispensa licitação para empresas estatais prestarem o serviço.
MERCADO
Empresas sofrem com queda na geração de caixa e alta da despesa financeira. Levantamento com mais de 400 companhias listadas em Bolsa mostra que setor produtivo tem dificuldades com ambiente adverso.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!