SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira registrava mais um dia de queda no início da tarde desta quarta-feira (19) em dia de agenda fraca de indicadores no Brasil, com investidores permanecendo na expectativa sobre a próxima decisão sobre juros do Banco Central.
O dólar também operava em baixa e chegou a bater os R$ 4,78 na mínima do dia, enquanto o mercado repercute dados de inflação mais fracos no exterior e espera uma pausa na escalada de juros promovida por bancos centrais globais.
Às 13h10, o Ibovespa caía 0,98%, aos 116.685 pontos, enquanto o dólar recuava 0,12%, cotado a R$ 4,802.
Nesta quarta, dados mostraram que a inflação no Reino Unido caiu mais do que o esperado em junho na base anual e atingiu o nível mais fraco em mais de um ano, de 7,9%.
A desaceleração vem após o Banco da Inglaterra ter surpreendido o mercado ao promover um aumento de 0,50 ponto percentual em suas taxas de juros no mês passado, que desencadeou um movimento global de aversão ao risco. Com os dados de inflação atuais, a expectativa é que o banco suavize o aperto monetário.
"Investidores reduziram suas apostas em aumentos futuros nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra", disse a equipe da XP em nota a clientes, atribuindo essa percepção a um clima mais ameno nos mercados globais nesta quarta.
No Brasil, de acordo com profissionais do mercado, o cenário é de agenda esvaziada e faltam novos catalisadores para outro movimento comprador na Bolsa. Não há, porém, razões claras para vendas, além de eventuais ajustes de ações que tiveram valorização recente.
Com isso, a Bolsa registrava queda pelo segundo dia consecutivo puxada por baixas de Vale (0,50%) e Petrobras (0,55%). As ações do Itaú também pressionavam o Ibovespa, recuando 1,09%.
As maiores quedas do dia eram de ações do GPA, que caíam 5,77% ainda passando por ajustes após notícias sobre a venda da participação da companhia no colombiano Éxito, e da Alpargatas, que recuavam 4,96% também passando por ajustes.
Do outro lado, atenuavam a queda do Ibovespa altas de ações da Weg (2,94%), que eram as mais negociadas da sessão após a empresa ter divulgado seu balanço do segundo trimestre, e da PetroRio (1,62%), em dia de alta do petróleo no exterior.
Apesar das negociações lentas, o ritmo pode mudar com as últimas apostas para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic, no dia 2 de agosto. A maior parte das projeções aponta para uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa na próxima reunião, mas previsões de um corte maior, de 0,50 ponto, vêm ganhando força no mercado.
Nos mercados futuros, os juros registravam leve alta após duas sessões consecutivas de quedas. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 iam de 12,76% para 12,77%, enquanto os para 2025 subiam de 10,73% para 10,83%.
Além disso, o início da temporada de resultados das companhias do país pode movimentar as negociações.
Antes, contudo, as atenções devem ficar voltadas para a reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) na próxima semana, em particular sinais sobre os próximos passos, uma vez que a previsão é de mais um aumento no encontro do final do mês.
Nos Estados Unidos, aliás, os principais índices acionários registravam alta, embalados pela divulgação de balanços positivos de empresas do país. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,39%, 0,45% e 0,53%, respectivamente.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!