SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em queda de 0,55%, cotado a R$ 4,8796, na manhã desta quinta-feira (10). A expectativa do mercado era sobre a divulgação da inflação dos Estados Unidos, que chegou a 3,2% no acumulado em um ano.

A expectativa do mercado é que os números deem pistas sobre o futuro da política de juros americana, sinalizando se novas altas nas taxas para conter a alta de preços ainda serão necessárias. A queda no início da sessão reflete o panorama mundial, já que a moeda norte-americana também cedia ante outras divisas de países exportadores de commodities.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a R$ 4,9050. Já a Bolsa abriu próximo da estabilidade, com uma leve de alta de 0,05%, aos 118.469,10 pontos, às 10h05 desta quinta-feira. O índice ensaia após sete pregões seguidos fechando em baixa.

O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto , em 16 de agosto, avançava 0,48%, a 119.195 pontos.

Na quarta (9), Bolsa brasileira caiu e perdeu os 119 mil pontos, com investidores repercutindo a divulgação de balanços corporativos recentes. A sessão foi marcada pela oferta de ações da Copel, em processo de privatização, que movimentou R$ 5,2 bilhões.

Já o dólar teve leve alta, ainda beneficiado por dados fracos divulgados pela China, que mostraram deflação nos preços ao consumidor e ao produtor do país. A queda nos preços sinaliza um possível desaquecimento da economia chinesa e preocupa investidores.

A queda da Bolsa foi puxada por baixas de Vale (0,91%), que foi afetada pelos dados da economia chinesa, e do Itaú (0,68%), aprofundando as perdas registradas desde a divulgação de seu balanço do segundo trimestre. Outros bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, também tiveram baixa.

A sessão também foi marcada pela repercussão de balanços de companhias como BTG Pactual, Braskem, CVC Brasil, Totvs e Gerdau, divulgados na terça (8), enquanto estavam previstas divulgações dos números de BB, Ultrapar, Cogna e Hapvida, entre outros, após o fechamento do pregão atual.

As "small caps", empresas menores e mais ligadas à economia doméstica, seguiram liderando os tombos no pregão desta quarta. O índice que reúne essas companhias caiu 0,90%, e as maiores quedas foram de CVC (6,94%), Petz (6,81%) e Azul (6,04%).

"Muito do desempenho negativo é em virtude do mau humor no exterior, mas a queda também foi puxada pelos balanços apresentados tanto no pós-pregão de ontem quanto no início do de hoje", diz Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

A CVC, por exemplo, divulgou na terça (8) que seu prejuízo do segundo trimestre cresceu 76% em relação ao mesmo período de 2022. Já a Petz ainda deve divulgar seus números na quinta (10), mas o mercado já espera um balanço fraco atrelado ao endividamento e aos juros altos, afirma Richetti.

Investidores brasileiros aguardam, ainda, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, marcada para esta sexta (11).

"Há muita expectativa para o IPCA porque ele vai alinhar as expectativas sobre os próximos cortes de juros, até mesmo para uma eventual aceleração [do ritmo de queda da Selic], já que a ata [do Copom] deixou a porteira aberta", afirma Matheus Sipess, analista da Empiricus Research.

No câmbio, a cotação do dólar foi afetada principalmente pelos dados de inflação da China. O Escritório Nacional de Estatísticas do país informou que o índice de preços ao consumidor chinês caiu 0,3% em julho na comparação anual, ante previsão de queda de 0,4% em pesquisa da Reuters. Foi o primeiro recuo desde fevereiro de 2021.

Já os principais índices acionários dos EUA registraram queda. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram 0,70%, 0,54% e 1,17%.


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