SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira passou a subir no início da tarde desta sexta-feira (18) e pode interromper a sequência recorde de 13 quedas registradas nos últimos pregões, com apoio da Petrobras e de empresas do setor de varejo.
Já o dólar opera em queda após fortes altas impulsionadas pelo ambiente de aversão ao risco global, que impulsionou a moeda americana nas últimas semanas. O pessimismo no exterior continua, especialmente após o agravamento da crise imobiliária na China, mas a divisa passa por correção nesta sexta.
Às 12h55, o Ibovespa subia 0,54%, aos 115.609 pontos, enquanto o dólar caía 0,33%, cotado a R$ 4,964.
De acordo com a equipe de economia do Bradesco, a aversão ao risco predomina nos mercados globais, em meio ao acúmulo de incertezas com o crescimento global dos próximos trimestres, em especial do ano que vem.
Os analistas destacaram que um dos principais temas no foco dos mercados nesta manhã é a crise de liquidez no setor imobiliário chinês, consequência do pedido de recuperação judicial nos EUA da segunda maior construtora da China.
"Em paralelo, a percepção é que os estímulos monetários recentemente anunciados pelo BC chinês não serão suficientes para reaquecer a economia doméstica", acrescentaram.
Os analistas também apontaram que não há sinais relevantes de reversão do aperto monetário no Ocidente, com o Federal Reserve deixando aberta a possibilidade de nova alta de juros, enquanto dados na zona do euro também desafiam o Banco Central Europeu.
"Diante da agenda de indicadores econômicos relativamente esvaziada, a postura de cautela deve ser mantida ao longo do dia na maioria dos mercados globais", afirmou a equipe do Bradesco.
Mesmo com o ambiente de aversão ao risco no exterior, o Ibovespa registrava alta impulsionado principalmente pelas ações da Petrobras, que eram as mais negociadas da sessão e subiam 0,12%.
O setor de varejo também é um dos destaques positivos do dia. A maior alta da sessão era da Magazine Luiza, com ganhos de 6,73%, seguida por Carrefour e Assaí, que avançavam 3,99% e 2,99%, respectivamente.
As ações do setor eram apoiadas pelo alívio na curva de juros futuros, que registrava queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 iam de 12,44% para 12,42%, enquanto os para 2025 caíam de 10,54% para 10,50%.
Na ponta negativa, a Vale pressiona o Ibovespa com uma queda de 0,59%, impactada diretamente pelos problemas da economia chinesa.
No câmbio, o dólar segue sendo influenciado pelos temores sobre a economia chinesa e pela percepção de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ainda pode elevar as taxas de juros americanas ?ou mantê-las em nível alto por mais tempo?, desencadeada pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do banco.
Mesmo assim, a moeda americana registrava queda no Brasil e no exterior, num movimento que pode ser visto como uma correção após os fortes avanços registrados nos últimos pregões. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, caía 0,15% nesta tarde.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários tinham direções mistas. O S&P 500 e o Nasdaq caíam 0,23% e 0,42%, respectivamente, enquanto o industrial Dow Jones subia 0,13%.
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