SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de ter começado o dia subindo, a Bolsa brasileira não sustentou os ganhos e terminou o dia em baixa de 0,11%, praticamente estável aos 116.008 pontos. O Ibovespa foi apoiado pela alta das commodities no exterior, que beneficiaram ações da Vale e da Petrobras, mas quedas significativas do setor financeiro e de empresas de varejo pressionaram o índice.
A queda deste pregão a aprofunda ainda mais o tombo do Ibovespa nesta semana, marcada por pessimismo sobre uma possível nova alta de juros nos EUA e frustração com o futuro da política monetária brasileira. Desde a última sexta, o índice acumula queda de 2,31%, em seu pior desempenho semanal desde março.
Já o dólar encerrou o dia em leve queda de 0,05%, mantendo-se estável a R$ 4,931. No acumulado da semana, no entanto, a moeda americana registra valorização de 1,25%, apoiada justamente pelas sinalizações de juros mais altos por mais tempo.
Na quarta (20), o Copom (Comitê de Política Monetária) realizou um corte de 0,50 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), numa decisão sem surpresas. Em seu comunicado, no entanto, o comitê adotou um tom mais duro e sinalizou que os próximos cortes devem ser da mesma magnitude, frustrando expectativas do mercado sobre uma possível aceleração do ritmo.
No mesmo dia, o Fed manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50%, mas divulgou um compilado de projeções que mostra que a maioria das autoridades do Fomc (comitê de política monetária americana) prevê uma nova alta de 0,25 ponto percentual ainda este ano.
As indicações dos dois bancos centrais levaram pessimismo aos mercados, fazendo a Bolsa brasileira cair mais de 2% e o dólar ultrapassar os R$ 4,93. No pregão desta sexta, houve um movimento de acomodação, e tanto o Ibovespa quanto a moeda americana ficaram próximos da estabilidade.
Na Bolsa brasileira, a Vale e a Petrobras foram os principais pontos de sustentação com altas de 0,97% e 0,77%, respectivamente.
O setor financeiro e as empresas de varejo, no entanto, pressionaram o índice e impediram um desempenho positivo no último pregão da semana.
O Bradesco e o Itaú, por exemplo, caíram 0,77% e 0,26%, respectivamente, e o índice do setor financeiro da B3 teve baixa de 0,44%.
Já o setor de varejo liderou as baixas do dia. Grupo Casas Bahia (8,11%) e Magazine Luiza (4,68%) tiveram os maiores tombos do pregão, e o Icon, índice de consumo da B3 despencou 7,69%.
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