SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira abriu em alta nesta quarta-feira (27) com sinais positivos no exterior, numa sessão de recuperação após ter caído ao seu pior nível desde junho.
Na China, o banco central afirmou que vai atuar de forma "precisa e vigorosa" para apoiar a economia, reduzindo preocupações sobre a desaceleração da atividade no país. Já nos EUA, avançou no Senado um projeto de lei para impedir um apagão da máquina pública americana, dando alívio ao mercado americano sobre a situação de crédito do governo.
O dólar também abriu em alta e operava acima dos R$ 5,00 nesta manhã, na esteira das preocupações sobre uma nova alta de juros dos EUA, após o Federal Reserve, banco central americano, ter sinalizado que um aumento em suas taxas ainda em 2023 é provável.
Desde a última terça, um dia antes do anúncio de juros do Fed, a moeda americana acumula alta de 2,37% em relação ao real. A perspectiva de alta de juros nos EUA aumenta os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e, consequentemente, atrai recursos para o país, valorizando a divisa.
A alta do dólar frente ao real estava em linha com a valorização da divisa norte-americana em relação a uma cesta de partes fortes, depois que o Federal Reserve indicou aos mercados que manterá os juros mais altos por mais tempo de forma a combater a inflação.
Nesse cenário, o Ibovespa subia 0,77%, aos 115.073 pontos, enquanto o dólar avançava 0,45%, aos R$ 5,011
Na terça (26), a Bolsa brasileira registrou forte queda e fechou em seu pior nível em quase quatro meses, pressionada justamente pelos temores sobre uma nova alta de juros nos Estados Unidos.
Investidores repercutiram, ainda, a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de setembro, que diminuíram as apostas de uma possível aceleração do corte de juros no Brasil e também pesaram contra os ativos locais.
Com isso, o Ibovespa encerrou a sessão em queda de 1,49%, aos 114.193 pontos, em seu menor patamar desde 5 de junho de 2023.
Já o dólar subiu 0,46% e terminou o dia cotado a R$ 4,988, também na esteira dos juros americanos.
Os índices acionários americanos também foram penalizados e fecharam em forte queda. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq recuaram 1.47%, 1,14% e 1,57%, respectivamente.
Na Bolsa brasileira, o cenário negativo se repetiu, e o Ibovespa operou em queda desde o início do dia.
Seguindo as taxas americanas, os juros futuros no Brasil registravam forte alta nesta tarde, o que pressiona as empresas locais. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 foram de 10,58% para 10,76%, enquanto os para 2027 subiam de 10,62% para 10,87%.
Com isso, a maioria das companhias listadas no Ibovespa operavam em queda, com as principais sendo Vale e Petrobras, as duas maiores empresas da Bolsa, que caíram 1,53% e 2,13%, respectivamente. As maiores baixas do dia foram de Petz (5,60%), GPA (5,10%) e Renner (4,64%).
Na ponta positiva, a BRF liderou os ganhos do dia com alta de 2,79%, seguida pela Eletrobras, que subiu 1,88%.
Apesar da forte queda recente do Ibovespa, o operador da renda variável da Manchester Investimentos Thiago Lourenço afirma que o índice deve voltar a subir nos próximos meses e até buscar o patamar dos 130 mil pontos.
"As quedas de juros no Brasil e uma estabilidade na alta das taxas americanas pode alimentar bons resultados para as empresas. No fim do trimestre veremos balanços das empresas, e a perspectiva é mais favorável que no segundo. Isso deve alimentar um cenário mais benéfico para o Brasil", diz Lourenço.
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