SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O homem por trás do ChatGPT, Sam Altman, quer tirar a inteligência artificial das telas de computadores e celulares para criar um dispositivo tão revolucionário quanto foi o primeiro iPhone, com a tela sensível ao toque.

Para isso, ele procurou o chefe de design responsável pelo desenho do primeiro smartphone da Apple e várias de suas gerações seguintes, Jony Ive. O designer trabalhou com Steve Jobs e deixou de colaborar com a Apple apenas em 2022.

O financiamento desse projeto ficaria sob responsabilidade de Masayoshi Son, presidente-executivo do fundo de investimento em tecnologia Soft Bank. Caberia a Son levantar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) para tirar a ideia do papel.

A negociação foi revelada pelo site especializado Insider. Nesta quinta-feira (28), o Financial Times reuniu mais detalhes sobre a iniciativa.

Ainda não há pistas sobre o formato do tal novo aparelho (pode nem ser um celular), mas Altman tem encontrado Ive no estúdio do designer em São Francisco pelos últimos meses para levantar ideias, segundo o Financial Times. Os planos são usar a tecnologia da OpenAI (criadora do ChatGPT) para desenvolver um produto físico voltado ao público amplo.

Além da experiência na Apple, Ive atende em sua atual empresa, LoveFrom, a AirBnB e Ferrari.

Após o lançamento do ChatGPT, Altman se disse surpreso com o sucesso da plataforma, por considerar que o chatbot movido à inteligência artificial geradora ainda era um produto incompleto. A tecnologia impressionou por entregar respostas convincentes em texto aos mais diversos pedidos.

Gigantes da tecnologia como a própria Apple, a Amazon e a Meta (dona do Facebook) têm investido em alternativas ao smartphone centradas em inteligência artificial.

Neste mês, a Amazon informou que vai melhorar a assistente virtual Alexa com inteligência artificial e o dono do Facebook Mark Zuckerberg anunciou opções de IA para os óculos de realidade aumentada da Meta -Apple adiantou que deve entrar neste último mercado no próximo ano em evento no primeiro semestre.

Até o lançamento do iPhone 15 foi repleto de menções a adaptações para inteligência virtual.

Embora estagnado desde 2021, após disparada com a pandemia de Covid, o mercado de smartphones é, de longe, o mais movimento entre os dispositivos eletrônicos: 96,8% dos respondentes de todo mundo a um levantamento da empresa de pesquisas We Are Social dizem ter um smartphone, contra 57,7% dos segundos colocados computadores ou notebooks.

Em publicação de fevereiro no X (ex-Twitter), Altman comparou a inteligência artificial ao smartphone da Apple com este questionamento: "IA é um raro exemplo de algo super popular do qual a maioria das pessoas subestima o impacto no médio prazo. Quais são os outros exemplos disso fora o iPhone?"

A OpenAI não firmou parcerias com empresas de eletrônicos como Apple e Samsung até o momento. A principal parceira da startup de inteligência artificial, a Microsoft, tem foco em programas de computador, apesar de ter os próprios computadores e smartphones de menor sucesso comercial.

A presença no negócio de Son, do SoftBank, além do dinheiro, traz a desenvolvedora de chips Arm, dona de patentes usadas por Apple, Samsung e Qualcomm (principal marca de processadores para dispositivos móveis).

O SoftBank detém 90,6% das ações da Arm, avaliada em US$ 54,5 bilhões em recente rodada de investimentos. Embora não detenha projetos voltados a inteligência artificial, a startup sinalizou que passaria a trabalhar com a tecnologia no futuro próximo, o que fez valorizar seus papéis.

Nenhuma das empresas envolvidas no negócio ainda veio a público comentar o tema.


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