SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar operava em alta no início das negociações desta terça (3), ainda beneficiado pelas perspectivas sobre juros nos Estados Unidos. Os rendimentos dos títulos americanos continuam subindo nesta manhã, rondando os maiores níveis em 16 anos e dando força à moeda americana, enquanto investidores aguardam dados econômicos dos EUA.
"As taxas longas seguiram sua escalada nos EUA, o que tem contribuído para pressionar ativos de risco, com os rendimentos das treasuries [títulos americanos] de 10 e 30 anos superando 4,70% e 4,80% ao ano, respectivamente ?já próximas ao maior patamar desde 2007", afirma a equipe da Guide Investimentos
A casa aponta que os mercados globais estão começando o dia em cautela, e o mercado brasileiro deve seguir o humor internacional, já que não há divulgações relevantes previstas na agenda local.
Às 9h33, o dólar subia 0,33%, cotado a R$ 5,083. Na máxima desta manhã, a moeda americana chegou a operar a R$ 5,099.
Na segunda (2), a Bolsa brasileira registrou forte queda e o dólar subiu, justamente temores do mercado sobre juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos. Os rendimentos dos títulos americanos tiveram alta significativa, o que impulsionou a divisa e pressionou ativos de risco globalmente.
Nesse cenário, o Ibovespa caiu 1,29%, aos 115.056 pontos, enquanto o dólar subiu 0,78%, terminando o dia cotado a R$ 5,066.
Pressionado pelo exterior e sem indicadores relevantes no mercado local, o Ibovespa foi pressionado principalmente por Vale e Petrobras, as maiores empresas da Bolsa brasileira, que recuaram 0,87% e 1,50%, respectivamente. Todos os papéis mais negociados da sessão terminaram o dia em baixa.
As maiores quedas, no entanto, foram das "small caps", empresas menores e mais ligadas à economia local, em dia de alta dos juros futuros no Brasil. Vamos, MRV e Azul recuaram 8,31%, 6,19% e 5,80%, respectivamente, e lideraram os tombos do dia. O índice que reúne essas companhias caiu 1,85%.
O movimento de alta das curvas de juros futuros, em especial das mais longas, seguia os títulos americanos. Os contratos com vencimento em 2025 saíam de 10,83% para 11,01%, enquanto os para 2027 subiam de 10,80% para 11,03%.
Além das perspectivas de taxas mais altas por mais tempo nos EUA, sinalizações recentes do Copom (Comitê de Política Monetária) de que o ritmo de cortes da Selic (taxa básica de juros) deve permanecer em 0,50 ponto percentual por reunião frustraram expectativas de uma aceleração no ciclo de redução de juros no país.
"A Bolsa brasileira está respondendo ao mercado de juros lá fora, com todas as empresas mais ligadas à economia doméstica caindo. O mercado está preocupado com a ideia de que o BC não vai conseguir baixar os juros com mais força, já que a curva americana está subindo mais rápido. O real também está perdendo espaço com o dólar ganhando força nos mercados", afirma João Piccioni, analista da Empiricus Research.
Nesta segunda, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, subiu 0,78%.
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