RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A concessionária RIOgaleão disse nesta segunda-feira (16) que formalizou o interesse em permanecer na operação do aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, na zona norte do Rio de Janeiro.

Conforme a empresa, um ofício sobre a intenção foi enviado na semana passada para órgãos do governo federal como o Ministério de Portos e Aeroportos e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A companhia, contudo, pretende negociar termos da concessão em busca de uma solução para o impasse do terminal, que se arrasta desde fevereiro de 2022.

À época, a RIOgaleão havia anunciado plano de devolver a administração do aeroporto, citando os impactos da pandemia de Covid-19 sobre o setor. O assunto ganhou novos contornos em 2023, a partir de tratativas da concessionária com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Controlada pela Changi, de Singapura, a RIOgaleão passou a manifestar interesse em seguir na operação do terminal carioca, o que agora está formalizado, segundo a empresa.

O anúncio vem após o TCU (Tribunal de Contas da União) decidir em agosto que companhias de infraestrutura podem desistir de devolver as suas concessões, caso haja consenso com o governo. Na prática, a medida abre caminho para o avanço das negociações envolvendo a RIOgaleão.

Nesta segunda, a companhia também anunciou que prevê investimentos adicionais de R$ 15 milhões no aeroporto carioca até o fim de 2023.

"A continuidade à frente do terminal depende agora de uma solução conjunta para a concessão, que deverá ser construída com o governo federal", disse a empresa em nota.

No mesmo comunicado, a RIOgaleão declarou que está "completamente adimplente com o pagamento de outorgas" do aeroporto internacional.

"A reunião com o Ministério de Portos e Aeroportos para dar continuidade às discussões deve ocorrer nas próximas semanas", afirmou.

O Galeão é o maior aeroporto do Rio, mas amargou um processo de esvaziamento iniciado antes da pandemia. A partir do quarto trimestre de 2023, a expectativa é de aumento nas operações do aeroporto.

Isso tende a ocorrer porque um plano de redução de voos entrou em vigor no início de outubro no outro grande terminal da capital fluminense, o Santos Dumont. A medida vem após uma pressão feita por políticos e empresários do Rio sobre o governo federal.

Essas lideranças associaram o esvaziamento do Galeão ao recente inchaço das operações do Santos Dumont. A avaliação local é de que seria necessária uma coordenação maior entre os terminais do município.

O Santos Dumont fica na região central do Rio e opera somente voos nacionais. A partir de 2 de janeiro de 2024, o terminal deve ficar restrito a rotas com distância de até 400 quilômetros de destino ou origem, considerando somente os aeroportos de trechos domésticos.

A determinação consta em uma resolução de agosto do Ministério de Portos e Aeroportos. O Santos Dumont também deve passar por uma obra para implementar áreas de escape na pista.

A distância de 400 quilômetros incluiria os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Pampulha, em Belo Horizonte. Apesar disso, políticos pressionam e devem conseguir manter voos entre Brasília e o terminal carioca, como mostrou a Folha de S.Paulo.


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