RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os petroleiros rejeitaram, em assembleias, proposta da Petrobras para o reajuste salarial de 2024 e anunciaram uma série de paralisações a partir desta sexta-feira (26). Além de aumento, eles querem a recuperação de benefícios perdidos em gestões anteriores.
A Petrobras e suas subsidiárias ofereceram 1% de ganho real, além da reposição da inflação já antecipada, o que daria um reajuste de 5,66%. Os trabalhadores querem ganho real de 3% mais 3,8% para repor perdas passadas. Ainda pedem equiparação entre tabelas salariais da holding e de subsidiárias.
O cronograma de paralisações começa em refinarias e usinas termelétricas nesta sexta. Na próxima semana, os sindicatos prometem manifestações em subsidiárias, unidades administrativas e unidades de exploração e produção de petróleo.
O protesto é organizado em conjunto pelas duas federações que reúnem sindicatos de petroleiros pelo país, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros).
Apoiadores da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os sindicatos de petroleiros esperam reverter medidas adotadas na gestão Jair Bolsonaro (PL) que consideram "perda de direitos", como o aumento de contribuições ao plano de saúde.
"Houve um desmonte da AMS [que gere o plano de saúde] no último governo, além de redução dos efetivos, retirada de direitos, transferências compulsórias que levaram muitos trabalhadores ao adoecimento mental e físico", disse, em nota, o coordenador geral da FUP,.Deyvid Bacelar.
"Estamos sob nova gestão, é essencial que esses danos sejam reparados", completou o sindicalista. A pauta inclui ainda concursos para recompor efetivo, anistia a sindicalistas e grevistas demitidos na gestão anterior e o fim de afretamento de plataformas e navios.
Após quatro anos sem interlocução na companhia, a proximidade com Lula garantiu à categoria cargos na alta administração da empresa após a chegada do presidente indicado pela gestão petista à estatal, Jean Paul Prates.
Ainda assim, há divergências com relação ao ritmo das mudanças prometidas pela gestão petista, como no caso do fim dos aluguéis de navios e plataformas para reforço das encomendas na indústria naval brasileira.
Os petroleiros se reuniram com a Sest (Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais) para tentar avançar na pauta com a estatal, principalmente no que diz respeito ao plano de saúde. Durante a gestão Bolsonaro, a participação dos assistidos no custo subiu de 30% para 40%.
"Não dá para aceitar que uma empresa desse porte, com resultados extraordinários, continue sacrificando os trabalhadores para enriquecer acionistas", diz Bacelar.
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